ATA DA OCTOGÉSIMA NONA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM 20-10-1999.
Aos vinte dias do mês de outubro do ano de mil
novecentos e noventa e nove reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio
Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas foi
efetuada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Carlos
Alberto Garcia, Cláudio Sebenelo, Elói Guimarães, Guilherme Barbosa, João Bosco
Vaz, João Carlos Nedel, João Dib, José Valdir, Maristela Maffei, Paulo Brum e
Renato Guimarães. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Antonio
Hohlfeldt, Cyro Martini, Décio Schauren, Eliseu Sabino, Fernando Záchia,
Gilberto Batista, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, Isaac Ainhorn, João
Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Nereu D'Ávila, Paulo Brum,
Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Saraí Soares e Sônia Santos. Constatada a
existência de "quorum", o Senhor Presidente declarou abertos os
trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias da Ata da Octogésima
Quarta Sessão Ordinária, que foi aprovada. À MESA foram encaminhados: pelo
Vereador Adeli Sell, o Projeto de Lei do Legislativo nº 176/99 (Processo nº
3293/99); pelo Vereador Carlos Alberto Garcia, 07 Pedidos de Providências; pelo
Vereador Cláudio Sebenelo, o Projeto de Lei do Legislativo nº 175/99 (Processo
nº 3289/99); pelo Vereador João Carlos Nedel, 14 Pedidos de Providências; pela
Vereadora Sônia Santos, o Pedido de Informações nº 140/99 (Processo nº
3274/99). Também, foram apregoados os Ofícios nºs 607 e 609/99, do Senhor
Prefeito Municipal de Porto Alegre, encaminhando o Projeto de Lei do Executivo
nº 41/99 (Processo nº 3327/99) e o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº
04/99 (Processo nº 3341/99), respectivamente. Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios
595 e 596/99, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre. Após, foi apregoado
Requerimento da Vereadora Tereza Franco, solicitando Licença para Tratamento de
Saúde, no dia de hoje. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em
TRIBUNA POPULAR, ao Senhor Joel Iuchno, representante da Câmara dos Dirigentes
Lojistas de Porto Alegre, que discorreu acerca da necessidade de aproximação
política com esta Casa e apresentou propostas para garantir maior segurança aos
lojistas, menor cobrança de impostos e maior flexibilidade nos horários de
funcionamento do comércio na Cidade. Em continuidade, nos termos do artigo 206
do Regimento, os Vereadores João Bosco Vaz, Adeli Sell, Carlos Alberto Garcia, Luiz
Braz, Clênia Maranhão, João Carlos Nedel e Cláudio Sebenelo manifestaram-se a
respeito do tema abordado durante a Tribuna Popular. Na ocasião, o Senhor
Presidente registrou a presença do Senhor Alceu Moreira, Prefeito da Cidade de
Osório e Presidente da Federação das Associações dos Municípios do Rio Grande
do Sul - FAMURS. Às quatorze horas e quarenta e cinco minutos, os trabalhos
foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e quarenta e
oito minutos, constatada a existência de “quorum”. Após, o Senhor Presidente
concedeu a palavra ao Senhor Alceu Moreira, que, prestando esclarecimentos a
respeito do Projeto de Reforma Tributária atualmente em discussão no Congresso
Nacional, criticou os critérios para distribuição de recursos federais adotados
nesse projeto, apresentando medidas que visam a modificar tais critérios e
melhorar a situação sócioeconômica dos Municípios brasileiros. Ainda, afirmou
ser possível a diminuição da carga tributária, concomitantemente com o aumento
da arrecadação, através de um combate mais eficaz à sonegação. Na oportunidade,
os Vereadores João Dib, Luiz Braz, Cláudio Sebenelo, Lauro Hagemann, Carlos
Alberto Garcia, Clênia Maranhão e Guilherme Barbosa manifestaram-se
relativamente ao assunto em debate. Às quinze horas e vinte e quatro minutos,
os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados as quinze horas e
vinte e seis minutos, constatada a existência de “quorum”. A seguir, o Vereador
Luiz Braz formulou Requerimento verbal, solicitando alteração na ordem dos
trabalhos da presente Sessão, Requerimento esse que, após ser encaminhado à
votação pelos Vereadores Luiz Braz e João Dib, foi retirado de tramitação pelo
Autor. Também, constatada a existência de "quorum", foi aprovado
Requerimento verbal do Vereador João Dib, solicitando alteração na ordem dos
trabalhos da presente Sessão. Após, face Licença para Tratamento de Saúde, no
dia de hoje, da Vereadora Tereza Franco, o Senhor Presidente declarou empossado
na vereança o Suplente Jocelin Azambuja, informando que Sua Excelência integrará
a Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos. Em PAUTA ESPECIAL,
Discussão Preliminar, estiveram: em 5a Sessão, os Projetos de Lei do Executivo
nºs 30/99, este discutido pelos Vereadores João Dib, Maristela Maffei, Renato
Guimarães, José Valdir e Adeli Sell, 31/99, este discutido pelos Vereadores
Renato Guimarães, Elói Guimarães, José Valdir e Adeli Sell, 32 e 33/99, estes
discutidos pelo Vereador José Valdir, e 34/99, este discutido pelos Vereadores
José Valdir e Adeli Sell. Na ocasião, o Vereador Luiz Braz, através de Questão
de Ordem, manifestou-se acerca dos pronunciamentos dos Vereadores Maristela Maffei
e José Valdir, e o Senhor Presidente registrou a presença dos Senhores José
Odilon Orsdim, Jair de Jesus e Clóvis Vieira, integrantes do PTB de Santa Bárbara
do Sul. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Isaac Ainhorn pronunciou-se sobre a
realização, ontem, da Assembléia Popular do Conselho Municipal do Fórum
Regional do Delta do Jacuí, referente a Porto Alegre, relatando a forma como
transcorreram os trabalhos dessa Assembléia e contraditando pronunciamento
feito pela Vereadora Maristela Maffei, em Pauta Especial, acerca do assunto. A
seguir, o Senhor Presidente registrou que o Vereador Juarez Pinheiro ausentar-se-ia
da Sessão para representar externamente este Legislativo, em reunião dos
Conselhos Regionais de Desenvolvimento do Delta do Jacuí. Após, foi apregoado
Requerimento do Vereador Antônio Losada, solicitando Licença para Tratamento de
Saúde, no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossada na
vereança a Suplente Lenora Ulrich e informado que Sua Excelência integrará a
Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação. Na ocasião, o Senhor
Presidente procedeu à leitura de declaração do Suplente Giovani Gregol,
comunicando o seu impedimento em assumir a vereança nesta data, em substituição
ao Vereador Antônio Losada. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Pedro Américo
Leal comentou a reação da imprensa face sua defesa da cominação de punições
mais severas para os criminosos e infratores, independentemente de suas idades.
Ainda, salientou a importância do trabalho realizado pelas autoridades de
segurança pública, declarando a necessidade de que seja imposto maior respeito
aos policiais e maior rigidez no tratamento com os delinqüentes. O Vereador
Fernando Záchia teceu considerações acerca dos Projetos de Lei do Executivo que
fixam as diretrizes orçamentárias para o ano dois mil, em especial quanto às
verbas destinadas à construção e manutenção de praças em Porto Alegre,
ressaltando a necessidade de especial atenção às atividades de comércio e ao
trânsito nesses locais. Na oportunidade, o Vereador Reginaldo Pujol
manifestou-se, através de Questão de Ordem, acerca da ordem dos trabalhos da
presente Sessão. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Hélio Corbellini registrou
o lançamento, dia vinte e dois de outubro do corrente, do livro “Um Século de
Socialismo nos Pampas”, do jornalista João Batista Marçal. Ainda, repudiou a
postura do Vereador Cyro Martini ao criticar o trabalho do Senhor José Paulo
Bisol, Secretário Estadual da Justiça e Segurança Pública, manifestando-se
favoravelmente à atuação desse Secretário na busca de mudanças na política de
segurança pública no Estado. O Vereador Antonio Hohlfeldt criticou
posicionamentos assumidos pela Secretaria Municipal de Cultura quanto ao
despejo do grupo teatral "Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz".
Referiu-se a declarações à Rádio Guaíba efetuadas pelo Senhor Prefeito
Municipal de Porto Alegre, relativas promovido pela Assembléia Legislativa do
Estado, e classificou como autoritária a proibição da passagem, em frente ao
Palácio Piratini, de caminhões de manifestantes das Centrais de Abastecimento
do Rio Grande do Sul S. A. A Vereadora Maristela Maffei, contraditando o
discurso do Vereador Antonio Hohlfeldt, declarou que o Executivo Municipal
trabalha com seriedade e sem políticas de privilégios. Ainda, comentando a
realização, ontem, da Assembléia Popular do Conselho Municipal do Fórum
Regional do Delta do Jacuí, questionou a participação da Assembléia Legislativa
do Estado no evento e o teor das discussões ali realizadas, manifestando seu
repúdio ao comportamento de alguns participantes. Após, a Vereadora Helena
Bonumá formulou Requerimento verbal, deferido pelo Senhor Presidente,
solicitando a apuração de incidente ocorrido ontem na Casa, durante a
realização da Assembléia Popular do Conselho Municipal do Fórum Regional do
Delta do Jacuí, promovido pela Assembléia Legislativa do Estado, tendo os Vereadores
Antonio Hohlfeldt, Isaac Ainhorn, Gilberto Batista, Reginaldo Pujol, Guilherme
Barbosa e Hélio Corbellini manifestado-se a respeito. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER,
o Vereador Luiz Braz cumprimentou os Vereadores participantes da Assembléia
Popular do Conselho Municipal do Fórum Regional do Delta do Jacuí, realizado
ontem nas dependências deste Legislativo, e, comentando incidente ocorrido
nessa oportunidade, manifestou sua contrariedade a atos e práticas de
violência, questionando a atuação da Polícia Civil nesta área e tecendo
críticas à política de defesa dos direitos humanos empreendida pelo Partido dos
Trabalhadores. O Vereador Reginaldo Pujol, reportando-se ao discurso do Vereador
Luiz Braz, discorreu sobre a realização, ontem, da Assembléia Popular do Conselho
Municipal do Fórum Regional do Delta do Jacuí, tecendo considerações acerca das
propostas ali apresentadas e do comportamento dos participantes e salientando
sua posição contrária ao teor do Requerimento verbal formulado pela Vereadora
Helena Bonumá, acima referido. Na oportunidade, o Vereador Renato Guimarães
formulou Requerimento verbal, solicitando o encaminhamento do pronunciamento do
Vereador Luiz Braz à Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos para
avaliação das denúncias proferidas por esse Vereador, Requerimento que foi
deferido pelo Senhor Presidente, após a anuência do Orador. A seguir,
constatada a existência de “quorum”, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Na ocasião, o
Vereador João Dib formulou Requerimento verbal solicitando alteração na ordem
de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia, o qual foi posteriormente
retirado pelo Autor. Após, foi aprovado Requerimento verbal de autoria do
Vereador Isaac Ainhorn, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria
constante na Ordem do Dia, tendo o Vereador João Dib manifestado-se a respeito.
Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº
163/99, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Nereu D’Ávila,
Reginaldo Pujol e Elói Guimarães. Na oportunidade, o Vereador Antonio Hohlfeldt
manifestou-se, através de Questão de Ordem, acerca do funcionamento do sistema
eletrônico de votações. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de
Lei do Executivo nº 26/99, por vinte e dois votos SIM, após ser encaminhado à
votação pelo Vereador Reginaldo Pujol, em votação nominal solicitada pelo
Vereador Adeli Sell, tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Antonio Hohlfeldt,
Carlos Alberto Garcia, Cláudio Sebenelo, Cyro Martini, Décio Schauren, Eliseu
Sabino, Gilberto Batista, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, Isaac Ainhorn,
João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, João Dib, José Valdir, Luiz Braz, Maristela
Maffei, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães e
Saraí Soares. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do
Legislativo nº 155/99, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores
Reginaldo Pujol, Gilberto Batista, Pedro Américo Leal e Carlos Alberto Garcia.
A seguir, foi aprovado Requerimento verbal de autoria do Vereador Isaac
Ainhorn, adendado pelo Vereador Nereu D’Ávila, solicitando alteração na ordem
de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Em Discussão Geral e
Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 40/99, por vinte e um
votos SIM e uma ABSTENÇÃO, após ser discutido pelos Vereadores João Dib e
Reginaldo Pujol e encaminhado à votação pelos Vereadores João Dib, Jocelin
Azambuja e Guilherme Barbosa, em votação nominal solicitada pelo Vereador Nereu
D’Ávila, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Cláudio Sebenelo, Cyro
Martini, Décio Schauren, Elói Guimarães, Guilherme Barbosa, Isaac Ainhorn, João
Bosco Vaz, João Carlos Nedel, João Dib, João Motta, José Valdir, Lauro
Hagemann, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol,
Renato Guimarães, Saraí Soares, Sônia Santos e Lenora Ulrich e tendo optado
pela Abstenção o Vereador Jocelin Azambuja. Na ocasião, foi aprovada a
prorrogação dos trabalhos da presente Sessão, nos termos regimentais, e o Vereador
Gilberto Batista formulou Requerimento verbal, deferido pelo Senhor Presidente,
solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do
Dia. A seguir, foi aprovado Requerimento de autoria do Vereador Isaac Ainhorn,
solicitando que o Projeto de Lei do Executivo nº 24/99 (Processo nº 2701/99)
seja considerado em regime de urgência e submetido à reunião conjunta de
Comissões Permanentes. Na oportunidade, o Vereador Reginaldo Pujol registrou
estar encaminhando à Comissão de Constituição e Justiça o Projeto de Lei
Complementar do Executivo nº 10/97, para o trabalho de elaboração da Redação
Final do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental, tendo o Vereador
Elói Guimarães manifestado-se a respeito. Em Discussão Geral e Votação, foi
aprovado o Projeto de Resolução nº 51/99. Às dezenove horas e seis minutos,
constatada a inexistência de "quorum", o Senhor Presidente declarou
encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão
Ordinária da próxima sexta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram
presididos pelos Vereadores Nereu D'Ávila, Paulo Brum e Adeli Sell e
secretariados pelos Vereadores Adeli Sell e Isaac Ainhorn. Do que eu, Adeli
Sell, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após
distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): A Vera. Tereza Franco solicita licença
para tratamento de saúde no dia 20 de outubro de 1999.
(Obs.:
Foi apregoado Requerimento de licença da Vera. Tereza Franco e dada posse ao
Suplente, conforme consta na Ata.)
Passamos
à
O
Sr. Joel Iuchno, representando a Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre,
está com a palavra, pelo tempo regimental de 10 minutos.
O SR. JOEL IUCHNO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, em
especial, o Ver. Adeli Sell, que nos fez o convite e nos apresentou para
fazermos a nossa apresentação nesta tribuna, nossa saudação a todos os lojistas
presentes, demais senhores e senhoras.
É
com muita satisfação que recebemos essa oportunidade de nos pronunciarmos aqui
na Câmara de Vereadores de Porto Alegre sobre assuntos que interessam à
comunidade desta Cidade.
Nossa
entidade é representativa do varejo em Porto Alegre, de associação espontânea,
representa três mil e quinhentos empresas de varejo em Porto Alegre, cerca de
oito mil lojas distribuídas na nossa Cidade e emprega cerca de trinta e cinco
mil funcionários e que já empregou, na década passada, cinqüenta mil
funcionários.
Nossa
gestão, temos procurado fazer uma aproximação com a Câmara de Vereadores,
porque entendemos que, mesmo não sendo político-partidários, somos entes
políticos que representam uma categoria empresarial muito significativa no
nosso Município, como eu disse, que hoje emprega 35 mil trabalhadores somente
no nosso Município. Assim entendemos que temos que praticar, politicamente,
essa aproximação e participar das decisões do nosso Município.
O
nosso desejo é contribuir naquilo que pudermos, mas, ao mesmo tempo, estamos
pedindo a sua compreensão e ajuda para que possamos unir forças na direção de
questões que julgamos urgentes, tais como segurança. Na nossa visão, Porto
Alegre, assim como muitas cidades do Brasil, e principalmente as grandes
cidades, enfrenta sérios problemas de segurança, Porto Alegre não seria essa
exceção, mas nós temos coisas muito simples, para o tamanho da nossa Cidade,
que ajudariam na resolução desse tipo de problema. Entendemos que não adianta
uma ou outra ação independente nesse sentido; entendemos que todas as ações
conjuntas é que se fazem necessárias e urgentes.
Temos
problemas bastante localizados no aspecto de segurança no Centro da Cidade e
nos principais pólos, que não são muitos, de varejo. Digo nos principais,
porque não são muitos. O clima de insegurança é total, as nossas lojas diuturnamente
são assaltadas à mão armada em pleno Centro da Cidade, sem falar nos bairros,
porque realmente as zonas são maiores em termos de extensão. A zona central de
Porto Alegre é menor proporcionalmente e concentra um volume muito maior de
lojas e de pessoas no Centro da Cidade. Os problemas são enormes, aqueles que
circulam no Centro da Cidade sabem que realmente são enormes, e nós que
vivenciamos nesse dia-a-dia e que somos assaltados todos os dias, sentimos não
só pelas nossas próprias seguranças mas pela segurança de todo o pedestre que
circula no Centro da Cidade, que é um grande volume.
Para
corrigir parte dessa problemática da segurança existem ações simples. Vimos há
dois ou três meses um projeto da Brigada Militar, de instalação de circuito fechado
de câmeras de TV para o Centro da
Cidade, com investimentos irrisórios, a nosso ver, pelo que isso nos traria de
benefícios. A própria Brigada, como nós, se surpreende que a tecnologia está
cada vez mais perto de nós a um custo muito menor.
Então,
nós teríamos um circuito fechado de televisão, com dezesseis câmeras, atingindo
praticamente todo o nosso Centro da Cidade a um custo muito pequeno. Isso é uma
mobilização que a Câmara de Vereadores pode propiciar, no sentido da unificação
de esforços para que isso seja atingido.
A
Brigada Militar estava exemplificando, quando da nossa visita, que cada câmera
poderia suprir cerca de cinqüenta policiais, fazer o trabalho, gravar e servir
como flagrante para pegar o que, nós, comerciantes, conhecemos como a famosa
“Gangue das Gordas” de Porto Alegre, da qual, desde pequeninho eu ouço falar e
com ela convivemos no Centro da Cidade.
Essas
gangues são presas e soltas todos os dias, uma de cada vez, e muito pouco se
pode fazer, porque não se tem o flagrante, o que seria obtido com as câmeras de
vídeo.
São
coisas, talvez, pequenas, mas que contribuiriam efetivamente para a segurança,
que é um dos fatores muito fortes dos problemas da nossa Cidade. Esse tipo de
controle poderia ser estendido para os bairros, pois esse procedimento já está
deflagrado no mundo inteiro.
Há
algum tempo, ficamos pasmos com uma notícia a respeito do Centro da Cidade, de
que a delegacia pertencente a este bairro estaria se deslocando para mais
longe.
A
única delegacia do Centro da Cidade que, no nosso entendimento, é o principal
pólo de dificuldade em relação à segurança, está se mudando para a Av.
Voluntários da Pátria esquina com a Ramiro Barcelos.
Nós
fizemos alguns movimentos nesse sentido e entendemos que poderia ser instalada,
talvez no antigo prédio da CEEE que está vago hoje, uma delegacia da Brigada
Militar e um posto, onde poderia ser efetivado o que o Governo está querendo
fazer, que é a união das duas polícias; ali se instalariam com perfeição, a
nosso ver. Essas ações trariam, para o Centro da Cidade, uma delegacia para dar
ou pouco mais de segurança, porque não há. Geograficamente, a esquina da
Voluntários da Pátria com a Ramiro Barcelos é o Centro, mas não é o “centro
central”, eu diria assim, que é o foco de maior incidência de criminalidade.
Outra
problemática, que é antiga - e não será esta a primeira vez que os Vereadores
vão escutar os empresários ligados ao varejo falar dela -, é a dos camelôs e
ambulantes, que geram uma concorrência desleal com os lojistas, que geram
prejuízos aos cofres públicos, porque não recolhem nenhum tipo de tributo,
afora os problemas de mercadoria contrabandeada - há um número bastante
acentuado de camelôs que trabalham com esse tipo de produto -, mencionando,
também, os produtos roubados das lojas estabelecidas - aquelas que recolhem
tributos -, que também são postos à venda em bancas de camelôs. Esses produtos,
frutos dos assaltos, vão para as bancas dos nossos concorrentes desiguais para
serem vendidos à população.
Essa
problemática ligada aos camelôs e ambulantes é de todo o País, principalmente
das grandes cidades, mas essa prática deve ser coibida. É uma atividade ilegal,
muito embora estejam tentando legalizá-la. Ela é também prejudicial porque, se,
de um lado, gera emprego informal - o do próprio camelô, que não é registrado
-, de outro, gera desemprego nas lojas estabelecidas. Os Srs. Vereadores
puderam constatar isso com o fechamento das Lojas Brasileiras no Brasil
inteiro. Todos os jornais apontaram que a concorrência desleal foi o principal motivo
do fechamento das Lojas Brasileiras, que sempre trabalharam com produtos bem
populares, voltados ao grande público, que é o que mais consome dos camelôs.
Isso fez com que empregos formais deixassem de existir.
Estamos
abordando esse tema sobre os camelôs só en
passant, mas esse é um problema ao
qual devemos estar permanentemente atentos, não que se queira jogar os camelôs
na “rua da amargura”, mas o que se quer é que o seu trabalho seja controlado.
Outra
coisa são as obras realizadas no nosso Município, no nosso entendimento, com um
planejamento. bastante aquém daquilo que o empresariado está acostumado a
realizar; obras como as da Av. Assis Brasil que se estendem ao longo dos anos,
obras intermináveis fazendo com que muitas empresas quebrem em função disso.
Não
queremos só criticar, mas ajudar no sentido de se planejar o futuro. Estamos em
vias de começar a III Perimetral, onde temos um pólo bastante acentuado. Como
devemos fazer? São assuntos para se refletir. Se o varejo é atingido e podemos colaborar neste sentido, estamos à
disposição.
Outro
assunto é o ISSQN e o IPTU da nossa Cidade. Muitas empresas estão fugindo em
função disso. É algo para se refletir. As empresas prestadoras de serviços,
muito embora prestem serviço em Porto Alegre, estão-se estabelecendo em outros
Municípios onde as alíquotas são bastante inferiores.
O
assunto mais importante que, como empresários, temos que mencionar, é a
liberdade de horário de funcionamento das lojas. Em 1992 esta Casa proibiu a
liberdade de funcionamento das lojas. Pesquisas mostram que a maioria absoluta
dos consumidores querem comprar aos domingos, feriados ou quando desejarem.
Porto
Alegre deve ser enquadrada como pólo de turismo e não mais como cidade de
passagem. Não se criam hábitos de consumo sem oferecer as condições para tal,
ou seja, confundem-se as pessoas, abrindo-se apenas alguns domingos por ano.
A
Câmara Municipal e o Executivo poderiam, no nosso entendimento, dar o mesmo
tratamento dado ao horário dos bancos de Porto Alegre. Isto é, foi feito um
esforço para se ampliar o horário de funcionamento com dois motivos básicos:
ampliação de empregos em uma atividade que gera poucos empregos, porque é muito
informatizada e melhor atendimento do consumidor. Se o varejo funcionar em
horário mais dilatado - hoje já geramos 35 mil empregos -, no mínimo geraríamos
10% a mais de empregos, o que, para a nossa Cidade, é muito, é bastante, temos
um número muito grande de desempregados.
Para
concluir, quero dizer que esses são algum dos temas que entendemos ser
necessário apresentar aos Vereadores desta Câmara de Porto Alegre.
E
em nome da diretoria e dos lojistas presentes, agradecemos esta oportunidade e
nos colocamos à disposição dos Srs. Vereadores para quaisquer esclarecimentos
adicionais e para colaborar com a nossa Cidade, onde nascemos, vivemos e
queremos vê-la desenvolvida. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Queremos registrar que já se encontra
entre nós o Sr. Alceu Moreira, Prefeito de Osório, Presidente da FAMURS, que terá,
em breve, tempo disponível para fazer o seu pronunciamento.
Os
Srs. Líderes de Bancada terão dois minutos para se pronunciarem sobre o assunto
trazido à Tribuna Popular.
Com
a palavra, o Ver. João Bosco Vaz pelo PDT.
O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores,
concordamos e achamos justas as reivindicações que a CDL apresentou nesta
Tribuna Popular sobre a questão da violência, sobre a questão de impostos, mas
é importante ressaltar que Porto Alegre não é a exceção nesse tumultuado mercado
e nessa crise em que vive o País. No entanto, é verdadeira a prejudicialidade
do comércio informal na Cidade de Porto Alegre. Também somos favoráveis à
flexibilidade do horário de funcionamento no comércio, é importante e, como diz
nesse release trazido aos Vereadores
pela CDL, os tempos mudaram de 1992 para cá e a sociedade porto-alegrense
precisa se adequar a essas novas exigências e a essas novas necessidades. Em
nome do PDT, muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nereu D’Ávila): O Ver. Adeli Sell está com a palavra.
O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda
os componentes da Mesa e demais presentes.) Para nós é extremamente importante
ouvir as senhoras e senhores dirigentes lojistas de nossa Cidade, através do pronunciamento
do Sr. Presidente Joel Iuchno.
Nós,
da Bancada do Partido dos Trabalhadores, comprometemo-nos a estudar,
atentamente, o material que os senhores, as senhoras e o Sr. Joel Iuchno trazem
para nós. Nós, que representamos aqui o Governo Municipal e que somos a Bancada
da situação, estamos muito preocupados com o conjunto da Cidade e, em
particular, com o Centro, onde se conglomeram inúmeros estabelecimentos
comerciais e, particularmente, o varejo da nossa Cidade. Nós apelamos - e sei
que estou falando pela nossa Bancada e também pelo Governo - para que haja uma
participação mais efetiva da CDL e da Câmara na discussão da revitalização do
Centro, porque precisamos de todas as instituições, inclusive levantando
questões que os senhores e as senhoras possam discordar, mas contribuindo para
que possamos avançar nesse processo. Todas as grandes capitais do mundo
evoluíram e tiveram o seu centro revitalizado na medida em que houve uma
parceria entre o poder público e a iniciativa privada. Nós aqui, enquanto
Vereadores, fiscalizadores do poder público e que temos relações com todos os
segmentos da sociedade, estaremos muito atentos a essas questões.
Nós,
ainda neste ano, devemos aprovar nesta Casa o sistema municipal de turismo,
reivindicado pelos senhores e senhoras, com o fundo municipal. Isso tem muito a
ver com os lojistas de nossa Cidade, porque o desenvolvimento do turismo em
nossa Cidade, sem dúvida nenhuma, incrementará enormemente as vendas, na medida
da variedade que possamos disponibilizar através do comércio de varejistas da
nossa Cidade. Estamos abertos para dar continuidade ao debate das questões
levantadas aqui. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a
palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente. Sr. Presidente da CDL.
Fizemos uma visita formal à Instituição, onde também levamos esse Projeto da
Brigada Militar, com referência à instalação de câmeras, para segurança, no
Centro de Porto Alegre. Entendemos que o Centro não é somente o centro de Porto
Alegre, mas também o centro do Rio Grande do Sul. Inclusive temos posição
firmada, dentro do próprio Orçamento Participativo, de que o Centro deveria ter
uma atenção especial, porque é ali que circulam de seiscentas a setecentas mil
pessoas por dia. Entendemos que, na medida em que a segurança do Centro for
agilizada, teremos a possibilidade de fazer com que o porto-alegrense permaneça
mais tempo no Centro, e que isso tudo faça com que a vida da nossa Cidade tenha
uma maior fluência.
Quanto
à questão dos camelôs, sabemos que a economia informal está cada vez mais
crescente, não só em nossa Cidade, como em todos os lugares. Mas também
entendemos que o Poder Público tem que disciplinar todos os segmentos, porque
essa economia informal, de uma maneira não-sistematizada, está causando
prejuízos a todos, tanto ao comércio como à população pelo não-disciplinamento.
E
as demais questões aqui postas são pertinentes e entendemos que essa parceria
do Poder Público e a iniciativa privada deve ser cada vez mais formalizada,
para que todos os cidadãos desta Cidade possam lucrar. Parabéns pela
iniciativa. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Luiz Braz está com a palavra em
nome da Bancada do PTB.
O SR. LUIZ BRAZ: Queremos saudar o Presidente da Câmara
de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre, Sr. Joel Iuchno, e saudar todos os
lojistas aqui presentes. Alguns dos temas enfocados pelo eminente orador têm a
nossa concordância, como, por exemplo, o problema do ISSQN, acreditamos que
realmente deva ser rediscutido. Desde que se fez a reforma tributária, há
alguns anos, cobra-se realmente um imposto bem acima do normal, fazendo com que
essa concorrência entre a nossa Cidade e as cidades da Grande Porto Alegre
traga prejuízos. Muitas empresas têm saído daqui levando empregos e fazendo com
que a nossa economia seja prejudicada.
Com
relação aos camelôs e ambulantes, muito embora na legislação e muito embora nos
regramentos que temos dentro do Município não se possa mais se estabelecer como
camelô no Centro de nossa Cidade, notamos que, a cada dia que passa, mais e
mais camelôs vão se agrupando no Centro de nossa Cidade, fazendo com que seja
quase que inviável o trânsito de pessoas pelas ruas centrais. Mas, quando se
trata da liberdade de horário para a abertura das lojas, penso que devemos ter
um cuidado um pouco maior, porque, aqui, temos também que levar em consideração
o problema ligado aos comerciários, aquelas pessoas que ganham a sua vida
trabalhando dentro das lojas. Se fizermos esta discussão sem levarmos em
consideração os comerciários, estaremos faltando com a nossa responsabilidade
de representantes da comunidade. Penso que é uma questão que tem de ser
discutida.
O
futuro da nossa Cidade será fazer com que o comércio acabe tendo esta
liberdade, mas, acredito que, para que cheguemos lá, precisamos passar por esta
discussão que tem que acontecer, levando em consideração os direitos dos
comerciários. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Vera. Clênia Maranhão está com a
palavra.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda
os componentes da Mesa e demais presentes.) Queria registrar, em nome da minha
Bancada, que considero muito importante este debate que estamos travando, neste
momento, trazido pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre, através de
seu Presidente, Sr. Joel Iuchno, porque a apresentação na Tribuna Popular de
hoje trouxe temas que são, evidentemente, também de responsabilidade desta
Casa. Acredito que, através da sua intervenção, o documento que o senhor nos
apresenta, nós, enquanto Vereadores, podemos conhecer mais detalhadamente a
posição de sua entidade e também nos faz refletir sobre questões fundamentais
que aqui foram colocadas, as quais já têm-nos preocupado como Vereadores, como
a questão da segurança, fundamentalmente no Centro de Porto Alegre, a questão
da necessidade de Porto Alegre ter uma melhor regulamentação, com definições de
critérios, de espaço, no que se refere ao comércio ambulante.
Eu
queria dizer ao senhor que, de uma forma muito particular, considerei a sua
intervenção importante, porque um dos itens do documento da Câmara de
Dirigentes Lojistas se refere, coincidentemente, a um projeto de lei, de minha
autoria, que tramita nesta Casa, que procura, exatamente, trabalhar os efeitos,
as repercussões sócio-econômicas dos investimentos públicos. O fato de o Poder
Público estabelecer uma série de obras em algumas regiões da Cidade, sem fazer,
previamente., um estudo das repercussões desses equipamentos sobre a vida das
pessoas, sobre o comércio, tem trazido para Porto Alegre prejuízos muito
grandes. O caso da Av. Assis Brasil é o mais evidente disso, prejudicando não
apenas os lojistas, mas os trabalhadores dos estabelecimentos daquela região.
Eu
quero parabenizá-los por essa iniciativa e dizer que a nossa Bancada está à
disposição para o debate, para o enfrentamento dessa questão. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Carlos Nedel está com a
palavra pelo PPB, sobre tema abordado em Tribuna Popular.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, em nome
da Bancada do Partido Progressista Brasileiro composta, além de mim, pelo Ver.
João Dib e Ver. Pedro Américo Leal, eu gostaria de saudar efusivamente,
entusiasticamente, a presença da CDL nesta Casa, do seu Presidente Joel Iuchno
e de vários membros da sua diretoria e associados. Quero dizer que os assuntos
colocados são de imensa importância e já são debatidos nesta Casa, inclusive
sobre a segurança do Centro e sobre a instalação de câmeras de televisão, que
já foi objeto de um pedido de providências do Ver. Carlos Alberto Garcia e de
um pedido de indicação ao Sr. Governador, também feito pelo Ver. Carlos Alberto
Garcia.
Todos os outros assuntos são de imensa importância e precisam ser debatidos. Vou fazer duas considerações que julgo da maior importância. A primeira, Presidente Joel Iuchno, que o senhor institua na CDL a função de “relações parlamentares”, que seja designada uma pessoa para acompanhar mais de perto os trabalhos desenvolvidos pela Câmara de Vereadores e trazer os esclarecimentos importantes, tais como este que o senhor está nos trazendo em correspondência. Que esses assuntos sejam debatidos aqui nesta Casa, porque, às vezes, as nossas colocações são feitas e parece que não acreditam que elas sejam verdadeiras e necessárias para o desenvolvimento da nossa Cidade. E a última: eu vou sugerir à Comissão de Economia, Finanças e MERCOSUL, da qual sou Vice-Presidente, que agende com V. Sa. uma audiência para melhor aprofundarmos os assuntos aqui debatidos hoje. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Cláudio Sebenelo, pela Bancada do
PSDB.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Quero saudar o Dr. Joel Iuchno e dizer a
ele que sua visita para nós é sempre um prazer, e nós já estivemos lá no Clube
dos Diretores Lojistas, onde fomos magnificamente recebidos. Queremos dizer que
o problema da segurança, estranhamente, com a criação da Empresa
Porto-Alegrense de Transportes Coletivos, foram transferidas pessoas da Brigada
Militar, que antes eram destinadas ao trânsito, pois agora vemos uma piora no
problema da segurança quando, na verdade, pela quantidade de pessoas que foram
colocadas à disposição da Brigada, era para ter melhorado a parte de segurança
na Cidade de Porto Alegre, e está acontecendo exatamente o contrário.
Em
segundo lugar, quero dizer que, não tenha dúvida, pelo problema do desemprego
no Brasil, pela necessidade turística, estamos, cada vez mais, caminhando na
direção de um acordo entre lojistas e comerciários no sentido de que realmente
domingos, sábados e feriados, durante, muitas vezes, até vinte e quatro horas
de trabalho, seja estendida a possibilidade de novos empregos e aumento do
trabalho, e inclusive da remuneração dos comerciários.
Por
outro lado, o problema do ISSQN realmente é uma situação que afasta da Cidade
de Porto Alegre os investimentos e oportunidades de empregos, na medida em que
as cidades satélites e vizinhas a Porto Alegre têm um apelo muito maior em
incentivo fiscal. Isso nos parece importante e penso que tem de ser debatido
nesta Casa e sugiro que a Comissão de Economia, que vai debater esse assunto, o
faça também sob o aspecto do ISSQN, de forma que saiam daí projetos que possam,
eventualmente, sanar este tipo de problema dos lojistas de Porto Alegre, que
prestam inestimáveis serviços e geram trinta e cinco mil empregos na Cidade,
que também sejam ouvidos sobre esse aspecto. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Eu creio que todas as Bancadas, nas suas
diferentes conotações político-partidárias, têm um ponto em comum com o nobre
Joel Iuchno, que hoje comparece na nossa Casa, em Tribuna Popular, em sua
manifestação, que nós acolhemos com o maior respeito e o maior acatamento.
Naturalmente que essas propostas para o crescimento e o desenvolvimento da
Cidade sempre fizeram parte da história da CDL - sou testemunha disso -, muitos
dos presentes nas nossas galerias pertencem à CDL e são meus amigos pessoais,
desde o tempo em que exercemos o cargo de Secretário da SMIC, trabalhamos
juntos com muita harmonia e, principalmente, para o desenvolvimento da Cidade,
que era o que importava e continua importando. O Sr. Alceu Moreira, quando da
sua posse, num discurso brilhante, comprometeu-se com um trabalho iniciado na
gestão anterior. A CDL tem, inclusive, uma estrita colaboração com a Câmara de
Porto Alegre, através da presença constante dos nossos colegas lá, dando uma
dimensão muito grande.
O
Ver. Adeli, um dos lutadores pelas questões do Centro, que também foram
abordadas, sabe que V. Sas. querem sempre colaborar e, naturalmente, propor o
pensamento que é de uma instituição de grande peso na sociedade de Porto
Alegre, sim.
Portanto,
Presidente da CDL, Srs. da Diretoria, Srs. Sócios, é com muita satisfação que,
nesta tarde, tivemos V. Sa., na Tribuna Popular que é um mecanismo de
rotatividade para uso de todos os segmentos desta Cidade. O que, sem dúvida, dá
a nós, Vereadores, uma satisfação muito grande. Aqui as próprias entidades vêm
trazer a sua palavra, a sua crítica construtiva, para nós e, pessoalmente, a
sua colaboração na busca da solução dos problemas da Cidade, que não pertence a
uma administração, porque essa pode ser renovada ou substituída de quatro e
quatro anos. Ela pertence a todos os cidadãos e cidadãs da Cidade de Porto
Alegre.
Portanto,
ficamos muito contentes com esse comparecimento hoje à tarde; agradecemos as
pessoas pelas presenças ilustres. Convidamos os senhores para que sempre
estejam conosco, formal ou informalmente, através do conjunto das nove Bancadas
e da própria Mesa Diretora.
Nós
teremos, depois, um debate muito importante com o Sr. Alceu Moreira, Presidente
da FAMURS, que já se encontra neste Plenário.
Estão
suspensos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se
os trabalhos às 14h45min.)
O SR. PRESIDENTE (às 14h48min): Estão reabertos os trabalhos. Já
registramos, com prazer, a presença do nosso ilustre Presidente da Federação
das Associações dos Municípios do Rio Grande do Sul, a FAMURS, o nosso Prefeito
de Osório, Alceu Moreira. Todo o Brasil, praticamente, está envolvido com a
questão da discussão do prejuízo aos Municípios em relação à Reforma
Tributária, que o Sr. Alceu Moreira conhece tão bem. Então, ele, como
Presidente da FAMURS, tem cumprido rigorosamente a sua função e nós
acompanhamos pela Imprensa a sua veemência em relação aos prejuízos que possam
trazer uma Reforma Tributária, que retire dos Municípios receitas que já estão
aquém do esperado. Foram onerados com o SUS, com o trânsito, com uma série de
situações em que as receitas estão sendo diminuídas, e a Reforma Tributária,
então, não é uma questão de nenhum Partido, é uma questão do municipalismo
brasileiro. E nada melhor do que o nosso Presidente da FAMURS, que também
participa desta luta que é de todos nós. Registramos, com muito prazer, sua
presença nesta tarde e concedemos a palavra a V. Sa. para que faça as suas
considerações iniciais.
O SR. ALCEU MOREIRA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quero
falar da alegria em estar com vocês e poder discutir um assunto tão importante
que é a Reforma Tributária e, ao mesmo tempo, agradecer ao Presidente, Ver.
João Motta, da Comissão de Economia e Finanças e Orçamento do MERCOSUL, que nos
convidou para estamos aqui neste momento.
Com
relação à Reforma Tributária, a primeira constatação é de que já começamos a
discutir a questão com um nome preconceituoso. Não queremos para o Brasil
reforma nenhuma. Nós queremos é uma proposta tributária, uma estrutura nova.
Quem manda arrumar o “Gordini”, diz que quer reforma, e manda trocar o capô e a
porta, isso é reforma. O “Gordini” tem dono.
Nós
queremos é uma proposta tributária nova. Têm algumas premissas para isso e são
muito claras. A primeira delas, que é de domínio do cidadão e que é triste, é
que sempre que se começa a ouvir no rádio, ler no jornal, ver na televisão
alguém discutindo a Reforma Tributária, sabe que é um assunto de domínio
restrito de poucos, normalmente, especialista no economês, e o cidadão logo
trata de desligar a televisão, porque sabe que ao final da discussão ele vai
perder algum no bolso. Quando acabar toda a discussão interminável desse
economês, já perdi alguns. Por quê? Porque a proposta tributária, a estrutura
como está é anárquica e absolutamente ineficiente. Ela não pressupõe a
igualdade tributária para o cidadão, e ela tenta tornar complexo o que é
simples.
O
que é o tributo? Uma arrecadação igual, de direito comum a todos, que é
praticada para poder devolver o bem comum a todos. E pronto. O que quer dizer
isso? Quer dizer nós temos que descobrir quanto é que custa o cidadão para ser
feliz em Porto Alegre. Qual é o preço dele? Quanto custa, o Zé, para ter saúde,
educação, saneamento básico, transporte, moradia? Quanto custa isso? Isso tem
uma média, que não é uma questão política ou de interpretação, é puramente
aritmética. A média brasileira do custo do cidadão é “X”, multiplica pela
população e dá o valor do PIB que deve arrecadar o tributo do País. Tendo este
valor, vai-se achar a forma de tributar para arrecadar este valor, que é o
necessário. Estabelecida esta premissa, nós temos que saber, no pacto
federativo, quem paga o que do Zé, para que, no pacto federativo, as instâncias
possam ser contempladas. Quem paga a saúde? É o Município? Então, passa o
dinheiro da saúde para o Município. Sempre que diz, na Constituição, que os
deveres são solidários, o Município pratica e ninguém mais paga. Sempre que há
obrigações solidárias, só o Município paga a conta, o resto fica olhando.
Observem
que, na pirâmide tributária, hoje, os Municípios têm um número muito próximo de
14% do total do tributo, os Estados em torno de 27% e a União está com quase
60%. Qual o erro que há nisso? É que, num País do tamanho do nosso, não é
possível fazerem-se políticas públicas com eficiência, no modelo guarda-chuva.
A nossa realidade é absolutamente distinta dos Municípios do Nordeste, do
interior de São Paulo. Existem regiões no Rio Grande do Sul, como é o caso da
região da zona Sul, onde existem cinco microrregiões com identidades econômicas
e culturais absolutamente distintas. Logo, os projetos não podem ser
guarda-chuvas genéricos para todo mundo. A centralização do recurso diminui,
esfacela o poder local, acaba com o poder criativo das pessoas de buscar a
solução do município-modelo, de buscar a sua felicidade, que é o motivo pelo
qual existe a organização tributária e legal.
O
que nós estamos discutindo é que nós estamos vendo muitas pessoas criticarem a
proposta tributária que está lá, mas sem nenhuma solução. E, aí, eu queria
chamar a atenção dos Srs. Prefeitos de Capital: estou vendo grandes discussões,
ouvindo, ouvindo, ouvindo, e, ao final das discussões, eu torço e não cai uma
gota. Porque sou contra, sou contra, sou contra! E a favor do quê? Qual a
proposta? Tem uma proposta tributária? Onde está a proposta tributária inversa
à proposta que o Governo está apresentando, ou que a Câmara Federal está
apresentando, ou que o Dep. Mussa Demes está apresentando? Qual a solução
tributária?
Pois,
nós, da FAMURS, preocupados com isso, discutindo com a Universidade e com
alguns especialistas na matéria, fizemos um esboço de uma proposta tributária,
que não é emenda, e que trata, basicamente, de impostos insonegáveis e
seletivos. Por que impostos insonegáveis? Vou ler alguns motivos: “a elevada
sonegação, a elisão e a corrupção fiscal; a exagerada carga fiscal para
compensar a sonegação; os enormes gastos para realizar a arrecadação”. Observem
isso: gastamos uma fortuna para realizar a arrecadação dos impostos declaratórios.
O gigantismo, a complexidade, o hermetismo da sua legislação e o descomunal
contencioso judicial. Há uma enorme quantidade de ações na Justiça. Então, não
apenas gastamos para arrecadar, mas gastamos para fiscalizar e, depois de tudo,
ainda temos um contencioso gigantesco na Justiça, tudo em detrimento do
tributo. Há distorções alocativas devido aos altos tributos sobre o fator
trabalho. Estamos cobrando tributo sobre o trabalho, sobre a alimentação. São
as propostas mais injustas.
E,
hoje, o que existe na proposta Mussa Demes são remendos disso. Na verdade, são
símbolos, letras, ele tira o ICMS e cria o IVA e agrupa três ou quatro
impostos, mas não diz, com clareza, quanto é que vamos arrecadar. Queremos
saber quanto é que arrecada com imposto, ele também não sabe, porque vai
continuar São Paulo como Estado meia-nota. Vai continuar, é projeto
declaratório, é só meia-nota, meia-nota, meia-nota. É uma coisa que só
viabiliza algumas grandes centrais de produção, porque não é cobrado o imposto
pelo consumo, mas, basicamente, é aquinhoado quem produz.
Essas
distorções todas estão aqui, na nossa proposta tributária, que vou deixar à
disposição da Câmara de Vereadores. Uma segunda constatação: tenho ouvido o meu
colega de partido Deputado Germano Rigotto falar sobre reforma tributária.
Tenho dito a ele, até para fazer um comparativo paralelo, que, na minha visão,
ele está carregando um ninho cheio de ovos, e está pedindo que não se mexa no
ninho para não quebrar os ovos. Essa é a reforma tributária. Não mexe aqui, não
mexe ali; se mexer, o Governo não gosta; se mexer, os Deputados não votam. E
aí, então, não vamos conseguir transformar nada. O que vai acontecer - e já
está acontecendo agora, é uma constatação - é um vazio da expectativa da
comunidade em relação à proposta tributária nova. Logo, esse assunto, que estão
tentando passar como pronto e acabado, e que tem que acontecer rapidamente,
recém está começando e, portanto, a prudência e a oportunidade que a Câmara de
Vereadores de Porto Alegre nos dá, de pedir aos Vereadores de todas as Câmaras
que comecem a discutir profundamente a questão da Reforma Tributária, porque
ela recém está começando.
Ela
não é uma questão episódica, eventual, que nós vamos discutir uma reforma hoje
e, no ano que vem, outra reforma. Não! Nós estamos discutindo uma estrutura
tributária nova para o País, que desonera o cidadão. É possível, num País como
o nosso, conseguir um efeito que parece inimaginável! É possível cobrar 30% a
menos dos impostos e arrecadar 40% mais! Sim, mas, então, por que se faz isso?
Porque os grandes conglomerados não pagam impostos! A sonegação campeia geral
no País. Quem é que, realmente, paga imposto e não tem alternativa? O
trabalhador, no contracheque. Esse paga e não tem alternativa. Os bancos não
pagam impostos como deveriam pagar. Onde é que está a justiça tributária disso?
E nós vamos, depois, descobrir tudo isso que já aconteceu e é centenário no
País, ofertar, de novo, uma Reforma Tributária que volta aos mesmos vícios de
origem. Tudo tal como estava! Nós vamos fazer impostos declaratórios outra vez,
só mudando a simbologia. O comportamento arrecadatório, historicamente, é
sempre o mesmo, com alta sonegação, altíssimo custo de arrecadação, a
fiscalização absolutamente desordenada, o próprio Governo Federal arrecada
muito mal, os Municípios arrecadam muito mal e o Estado também, e acaba havendo
uma parafernália tributária que ninguém compreende e, portanto, mal-executada.
Então,
o que estamos fazendo na FAMURS, e é a estratégia que adotamos, é, primeiro:
pedir que os prefeitos do País - e gostaríamos de fazer isso com as Câmara de
Vereadores - trabalhem as suas bancadas, porque esse é um assunto que,
soberanamente, deve ser decidido na Câmara Federal, no Congresso Nacional, e
não além dele. Enganam-se aqueles que pensam que nesse caso específico o
Governo tem total poder para deliberar sobre isso. Não tem! Se nós tivermos
capacidade estratégica de mobilizar os prefeitos e vereadores do País,
exigindo, dos nossos deputados, uma votação consentânea com a nossa vontade,
nós vamos ter a proposta tributária que nós quisermos. A questão toda é que se
não tivermos uma proposta clara para ofertar aos senhores deputados de cada
bancada, de cada Estado e ir para o debate franco com eles, estabelecendo o que
temos de sintonia nesse processo, nós não conseguiremos administrar esse pleito
de tal forma que conduza para um objetivo claro. Hoje, para cada Estado e para
cada deputado há um pedaço da Reforma Tributária na cabeça. E, portanto, o povo
não tem nenhuma chance de ter uma Reforma Tributária que tenha o mínimo de
confiabilidade ao final do texto, por uma questão muito simples: não há como
simular o resultado. Se nós pegássemos os maiores especialistas em economia no
País e disséssemos “simulem o resultado dos impostos declaratórios da proposta
Mussa Demes”, eles iam dizer para nós
que é absolutamente impossível, que poderiam até chutar, aproximar um pouco,
mas é imposto declaratório, não se sabe qual é o volume de sonegação.
Se
nós sabemos que está errado isso, por que não estamos fazendo os impostos
seletivos e insonegáveis? Nós temos exemplos que podem não ser os mais justos,
mas me digam o seguinte: quem é que conseguiu sonegar um centavo do IPMF? E nós
poderíamos ter o imposto seletivo sobre combustível, sobre telefonia, sobre
energia, que estão nos preços de todas as coisas que consumimos, e se tributa,
na fonte, um medidor. Nós estamos num País com a capacidade de se informatizar
em todos os ramos. É possível ter essa informação para qualquer instância de
poder, instantaneamente. Por que nós queremos continuar arcaicos, com fiscal de
novo, com carro para baixo e para cima para fiscalizar quem poderia ou não ter
pago imposto? É perfeitamente visível que essa questão não transita com esta
clareza no Congresso, porque não interessa aos grupos dominantes, meu Deus!
Está claro isso, cristalino! Não interessa que o domínio seja absoluto para
todos. E eu posso dizer isso citando Aloísio Mercadante e o ex-Senador Roberto
Campos, os dois falando sobre o mesmo tema com a mesma proposta clara com
relação a isto. Embora dois pontos diametralmente opostos falem a mesma
linguagem, não acontece. Então, é um tabu. Cada vez que se fala nessa proposta,
todo mundo diz, como dizia o Mário Amato: “É ótima, mas não concordo. Mas como?
Se é ótima temos, que concordar.
Então
está claro, e é isto que peço a vocês: que tenham capacidade de organização e
pressão política para fazer convencimento bancada por bancada, Estado por
Estado para levar ao congresso uma proposta-eixo: que, primeiro, se estabeleça,
com clareza, o pacto federativo e dê as atribuições claras e exclusivas para
cada instância de poder, estabelecendo valores. E, por último, completando esta
proposta toda, que nós pudéssemos fazer o fecho de toda essa proposta com o volume
de tributos a serem arrecadados e a forma de arrecadá-lo, completando as
atribuições de cada Poder, para que nós pudéssemos fazer planejamento e
execução de longo prazo, porque se ficarmos como está, nada pode ser planejado,
porque nunca se sabe qual o tributo a que teremos direito amanhã.
Muito
obrigado, Sr. Presidente, e me coloco à disposição dos Srs. Vereadores.
(Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Quero registrar que o assunto foi muito
bem colocado e vê-se que o Presidente da FAMURS está completamente afeito à
problemática, o que a nós satisfaz, já que há necessidade de conhecermos com
afinco essa matéria. Ele disse muito bem: quando essas questões tributárias são
faladas na mídia, a primeira reação é de que muitos não entendem sobre esse
assunto, mas, no final, quem paga a conta somos nós.
O
Ver. João Dib está com a palavra.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sr.
Alceu Moreira, Presidente da FAMURS, gostei muito do pronunciamento de V. Exa.
Acho que a proposta tributária está muito bem colocada, mas gostaria que nessa
proposta se colocasse, em primeiro lugar, o cidadão, o Município e, depois, as
outras coisas.
Eu
estou preocupado com que vejo acontecer diariamente. Hoje, por exemplo, nos
informam que a alíquota do Imposto de Renda permanece 27,5% até 2003. Isso
atenta contra a classe média, porque só os assalariados é que pagam essa
alíquota; não aqueles que têm grandes lucros e sim, aqueles que têm salários
razoáveis. Essa, na realidade, não é a nossa solução.
A
CPMF, também prorrogada e que vai arrecadar pouco, não vai resolver o nosso
problema. É uma forma muito inteligente, muito interessante de fazer o controle
fiscal.
Uma
coisa que hoje eu ouvi que me deixou muito feliz, muito satisfeito, é que nós
podemos cobrar 30% menos de impostos e arrecadar 40% mais. Disso nós
precisamos: que aqueles que têm a responsabilidade de resolver os nossos
problemas, que é os que estão lá no Congresso Nacional, se unam, trabalhem e
pensem Brasil, e não em si mesmos, e não troquem as suas opiniões por qualquer
outra condição. Têm que pensar no Brasil, têm que pensar nos brasileiros, tem
que pensar nos Municípios brasileiros e têm que fazer uma bela proposta
tributária para que, definitivamente, este País seja grande, porque até agora o
País realmente é grande, mas o povo não está em boas condições, e o povo,
então, não pode bater palmas para o Congresso Nacional. Saúde e paz!
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Luiz Braz está com a palavra.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, queremos cumprimentar o
Sr. Alceu Moreira, que é o Presidente da FAMURS. Ele nos deu esclarecimentos
que servem para que nós possamos nos incorporar a essa luta. Mas eu quero dizer
para o Presidente da FAMURS que o que enfraquece a luta é, muitas vezes, a
falta de sinceridade de algumas correntes políticas que estão integradas dentro
da própria FAMURS, e uma dessas faltas de sinceridade nós verificamos quando lá
em Brasília se defende um determinado tipo de proposta e nos Municípios ou nos
Estados, que são governados por esses prefeitos e governadores, nós notamos uma
prática completamente diferenciada. Nós temos um exemplo bem vivo, na
atualidade, com o Governador Olívio Dutra, no caso do Estado, defendendo aqui
uma proposta no desconto da Previdência e lá em Brasília uma prática
completamente diferente. Enquanto alguns políticos agirem dessa forma
interesseira, apenas, sem muito compromisso com a verdade, sem querer se
integrar na luta para que nós possamos, realmente, encontrar um ideal em termos
de tributação, a luta da FAMURS estará sempre enfraquecida, infelizmente, mas
eu cumprimento V. Exa., porque sei de sua determinação e sei que o que V. Exa.
deseja é exatamente fazer com que possamos encontrar o ideal, principalmente
para os Municípios, que não podem perder a força que já começaram a perder.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Cláudio Sebenelo está com a
palavra.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Prefeito Alceu Moreira, um grande
abraço; é um grande prazer recebê-lo aqui, meus parabéns pela idéia da
proposta.
Realmente,
ela é indispensável: principalmente, uma proposta que viabilize o Estado - o
Estado, no seu sentido maior, mas que viabilize Estados, Municípios e a União;
que tenha, essa proposta, a propriedade de ser insonegável o imposto e que seja
inviável a apropriação indébita, que seja automático o imposto; que não se caia
naquela contradição como vimos, agora mesmo, na Tribuna Popular, quando temos
um fator gerador de 35 mil empregos na Cidade de Porto Alegre, que são os
lojistas, que vêm reclamar do problema do ISSQN, por exemplo, que é muito
sério, e do incentivo fiscal, da guerra fiscal, que sejam abolidos do País
através desse tipo de mecanismo. É imprescindível que o País inteiro compreenda
que há uma urgente necessidade da reforma do Estado e, dentro da reforma do
Estado, uma proposta de problemas de ordem fiscal, principalmente, num País
onde a injustiça fiscal é muito grande; conseqüentemente, a justiça social vai
ser maior. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Lauro Hagemann está com a
palavra.
O SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente, caro Dr. Alceu Moreira,
esse tema Reforma Tributária, eu penso que é o alicerce sobre o qual se vai
construir esse País novo que todos nós estamos pretendendo.
Não
é possível continuar com essa prática tributária que nós estamos tendo; precisa
haver uma profunda reforma da incidência dos tributos.
Essas
propostas que estão sendo feitas simplesmente reproduzem o que está aí, com uma
maquiagem muito superficial.
Existem
tipos de tributos que, simplesmente, têm que desaparecer, e outros que têm que
ser criados.
O
meu Partido, o PPS, tem um esboço de proposta. Não é uma proposta perfeita e
acabada.
Nós
queremos desonerar a produção; essa é a principal tônica da nossa proposta.
A
par disso, quero fazer outras considerações. Eu me permito, oportunamente,
passar a V. Exa., Sr. Presidente, alguma coisa escrita do que nós pensamos
sobre Reforma Tributária.
E
gostaria de aproveitar a oportunidade para pedir um exemplar da proposta da
FAMURS, porque, casualmente, hoje, está passando por aqui o nosso candidato,
Ciro Gomes, e eu gostaria de entregar a ele, pessoalmente, esse documento.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a
palavra.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente; Sr. Presidente da
FAMURS, Prefeito Alceu Moreira, esse é o grande assunto nacional do momento.
Nesta semana, nós tivemos presente, aqui, o Sr. Prefeito de Porto Alegre,
trazendo este assunto com o qual, cada vez mais, todos os parlamentos do nosso
País devem-se envolver. Esse é um assunto de todos, e nós, como Vereadores,
temos que pressionar as Bancadas, em nível nacional, para que a conjuntura,
como um todo, possa ser alterada.
Eu
vejo que o projeto tributário que está aí propõe pequenas alterações, mas as
alterações propostas fazem com que, cada vez mais, haja a centralização do
poder em Brasília, num discurso totalmente inverso ao que hoje se prega: uma
maior municipalização, ou seja, a independência do Município como uma pequena
célula dentro de um grande Estado. O projeto tributário está propondo o sistema
inverso, ou seja, a centralização do poder em Brasília.
Nós,
do Partido Socialista Brasileiro somos frontalmente contra. Este é um momento
de união suprapartidária em prol de um país com melhor qualidade de vida. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Vera. Clênia Maranhão está com a
palavra.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, eu quero saudar o
Prefeito Alceu Moreira, Presidente da FAMURS, e ressaltar que considero
extremamente importante a iniciativa da Câmara de trazer, para dentro desta
Casa, um debate tão importante como a questão da reforma tributária. Quero
dizer, me somando à postura do Prefeito Alceu Moreira, que, evidentemente, é
muito difícil envolvermos a população para o debate dessa matéria e sua
redefinição. Nesse sentido quero saudar o Prefeito Alceu Moreira pela forma
extremamente pedagógica e didática com que expôs a posição e a luta que a
FAMURS está trazendo, neste momento. E quero ressaltar que a iniciativa da
ocupação da tribuna da Câmara pelo Presidente da FAMURS é um instrumento para
levar até a comunidade a democratização desse debate. Seguramente, isso favorece
um maior envolvimento dos munícipes e da população, de uma forma em geral, em
cima deste tema.
Parabenizo,
também, a FAMURS pelo envolvimento e pela repercussão que tem conseguido dar a
um tema tão árido, e por outro lado, tão importante para o conjunto da
população brasileira. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Guilherme Barbosa,
Líder do PT.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores;
Presidente da FAMURS Prefeito Alceu Moreira, é uma satisfação recebê-lo na
nossa Casa, e quero dizer que concordamos com boa parte da manifestação de V.
Exa. Também temos a visão de que a estrutura tributária do nosso País está de
cabeça para baixo. Basta ver o quanto fica, em média, para os Municípios: 14%;
para os Estados, em torno de 27%; e os restantes 60, 61% para a União. E o que
a gente vê é que a proposta, que V. Exa. titulou de remendos, que o Deputado
Mussa Demes está levando adiante termina concentrando mais ainda os recursos
nas mãos da União, enquanto os serviços são repassados, paulatinamente, para os
Municípios. As pessoas - costuma-se dizer isto - moram nos Municípios, nas
cidades; o restante é uma ficção jurídica. Mas, ao mesmo tempo, os recursos são
retirados e as tarefas repassadas para os Municípios. Concordo com isto, sou
municipalista, também. Para assumir tarefas, evidente, tem que haver recursos
para que consigamos desenvolvê-los bem.
Há
muito tempo o nosso Partido vem trabalhando, defendendo a tese de que temos que
desonerar a produção - concordamos com o PPS nesse caso - e onerar a renda. É
antigo esse nosso discurso. E o que se vê, de novo, é o contrário. Há pouco
tempo, em depoimentos no Congresso Nacional, o Secretário da Receita Federal
afirmou que mais da metade dos bancos não pagam imposto de renda. E é o setor
da economia brasileira que tem lucros fabulosos, chega ao ponto da imoralidade,
tal o lucro que esses estabelecimentos têm conseguido.
E,
no caso concreto, a nossa Câmara começa a se envolver nesse tema. Estávamos um
pouco parados, olhando de longe, como se fosse apenas um problema dos
Prefeitos, e não é: é um problema de todos os cidadãos, de cada município e,
evidentemente, um problema das Câmara de Vereadores, principalmente da Câmara
da nossa Capital.
Penso
que o depoimento de V. Exa. contribuiu com as informações, a FAMURS cumpre um
papel importante no nosso Estado, e, portanto, a Câmara de Porto Alegre tem a
obrigação de tentar construir uma posição.
A
grande ameaça com relação a ISSQN é um tema pontual mas é importante, porque é
o principal imposto do nosso Município, que corresponde a um quarto, no caso de
Porto Alegre, da arrecadação da Capital. E tem a ameaça de ele ser retirado e
concentrar na mão da União. Quer dizer, mais um chapéu que temos que usar para
andar por aí pedindo recurso. Acredito que a nossa Câmara tem a tarefa, tem o
direito e a obrigação de se somar a essa luta para que não piore a estrutura
tributária. E concordo com que temos de pensar a longo prazo em uma nova
estrutura tributária para o País. Mas, neste momento, há uma luta, que é
assegurar a proposta que está aí, porque senão a coisa vai ficar pior. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: De uma forma geral, as Bancadas
concordaram com o pronunciamento do nobre Presidente da FAMURS. Deve haver
pequenas divergências, mas, no geral, que é o que importa, a luta é comum.
Também é importante dizer, Prefeito Alceu Moreira, que a inserção da nossa
Câmara não foi individualizada, como nunca é: foi através da Comissão de
Finanças e Orçamento desta Casa.
Estamos,
a partir de agora, também nessa parceria, o que, politicamente, é muito
importante.
V.
Exa., como outras lideranças municipalistas, não pode ficar solitário numa luta
tão grande e tão importante quanto essa.
E
volto a referir o que V. Exa. disse, que existe uma proposta ou uma
contraproposta, mas algo concreto. Só que não concordarmos com a reforma
tributária é muito pouco, até porque lá cada um tem uma opinião e o Relator
sente-se onipotente quanto aos seus posicionamentos, o Sr. Mussa Demes.
Sr.
Prefeito, receba a nossa saudação e o agradecimento pelo seu comparecimento no
Poder Legislativo de Porto Alegre.
V.
Exa. é sempre muito bem-vindo aqui, em qualquer situação. Disponha de todos nós
como instituição, e, evidentemente, não nos separam as questões partidárias
quando o interesse do Rio Grande ou dos Municípios está acima das nossas
problemáticas partidárias. Estão suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se
os trabalhos às 15h24min.)
O SR. PRESIDENTE (às 15h26min): Estão reabertos os trabalhos.
O SR. LUIZ BRAZ (Requerimento): Sr. Presidente, faço este Requerimento no
sentido de que possamos fazer uma inversão na ordem dos trabalhos, passando,
imediatamente, para a Ordem do Dia. Requeiro que o período da Ordem do Dia possa
ter o seu desenvolvimento até, no máximo, às 5h, para que possamos depois
encerrar a Sessão e convocar uma nova Sessão para discutir, imediatamente, a
Pauta Especial, porque não podemos nos esquecer de que há um Projeto de
Orçamento e temos obrigação com a Pauta Especial. Eu sei que V. Exa. tem alguns
projetos que não podem deixar de ser votados hoje e precisamos fazer com que a
Ordem do Dia possa ter o seu desenvolvimento o mais rapidamente possível.
O SR. JOÃO DIB (Requerimento): Sr. Presidente, desejo manifestar a minha
contrariedade e fazer uma contraproposta. Penso que deve correr a Pauta
Especial, deixando de lado a Pauta normal e as Comunicações, passando-se,
imediatamente, após a Pauta Especial, para o período da Ordem do Dia. Alguns
Vereadores chegaram aqui, às 13h, para inscreverem-se, exatamente pela
importância da Pauta Especial e porque ela tem data marcada. Gostaria que
entrássemos na Pauta Especial e, imediatamente, no período da Ordem do Dia.
O SR. PRESIDENTE: De acordo com a proposta do Ver. Luiz
Braz não vai haver prejuízo do período da Pauta Especial. Concordo com o Ver.
Luiz Braz, porque há algumas pessoas presentes só para a votação de um nome de
rua, o que é realizado em dois minutos. Temos a presença da viúva de uma pessoa
que será homenageada, temos a presença de pessoas do Lions Club - Passo D’Areia
e outras pessoas. Respeitando o Ver. João Dib, mas se não vai haver prejuízo,
não vejo motivos para liberarmos alguns projetos de extrema importância que
temos de votar.
Em
votação o Requerimento do Ver. Luiz Braz. O autor está com a palavra para
encaminhar.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Ver.
João Dib, entendo as suas razões, V. Exa. é um Vereador que merece o maior
respeito e tenho um carinho muito especial por V. Exa., mas creia que, dos
argumentos que foram utilizados pelo Sr. Presidente, um deles tem que nos
sensibilizar.
Temos
um projeto de suplementação, na Casa, que precisa ser votado imediatamente, que
é prioridade absoluta para todos nós, é um problema de não se poder pagar os
salários dos funcionários da Câmara Municipal. Nós podemos fazer com que haja a
possibilidade de inverter a Ordem do Dia e que ela se estenda até às cinco
horas, no máximo, e, quando chegar às cinco horas, nós podemos fazer, também,
com que haja a Pauta Especial. Não precisamos nem encerrar a Sessão, poderíamos
passar para a Pauta Especial e, assim, nós não estaríamos prejudicando os
interesses da Casa e nem prejudicando os interesses da Cidade, já que nós
sabemos que é extremamente importante o Projeto do Orçamento, ele precisa ser
bem discutido.
Estamos,
com a Pauta Especial, exatamente analisando todos os detalhes deste Orçamento,
mas existem alguns interesses que não podem ficar secundados por causa da Pauta
Especial. Um desses interesses é exatamente os salários dos próprios
funcionários da Casa, que precisam receber e, para isso, precisamos fazer a
votação da suplementação, que está aqui na Casa e que não pode ficar nem para
amanhã e nem para depois. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra para
encaminhar.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, na
segunda-feira, falava desta tribuna e estabelecia a diferença entre o sensível
e o egoísta. Considero-me um homem sensível, e aceitaria como argumento, para
alteração proposta pelo Ver. Luiz Braz, o fato de ter aqui a presença de uma
família que espera a votação de um Projeto de Lei para homenagear uma pessoa
falecida. Aceitaria, sim, sou sensível. Agora, não aceito, de forma nenhuma,
que se pretenda usar como argumento a necessidade de votar uma suplementação de
verbas para que a Câmara possa pagar o salário dos seus servidores, até porque,
o Projeto de Lei do Executivo é muito malfeito, foi muito mal-analisado, e não devo
ser pressionado pelas contas que estão malredigidas. Não vou aceitar.
A
proposição que fiz é que se fizesse a Pauta Especial, porque cheguei aqui às
13h10min, a Sessão inicia às 14 horas, e a Vera. Maristela Maffei já estava
aqui para se inscrever na Pauta Especial. Todos os dias há alguma coisa
diferente, na segunda-feira foi assim. No fim, até ficamos confusos se as
Sessões estão corretas ou incorretas. Não sei por que se fazem gastos com
material, por que não se organizam as coisas de forma mais coerente? Se temos
um espelho, podemos determinar as horas que as pessoas deveriam comparecer a
esta Casa para poder fazer para elas a homenagem que deva ser feita, com o
carinho que deva ser feito, com a sensibilidade que deve ter cada um dos
Vereadores. Mas submetemos as pessoas e os Vereadores a vexames. Não há por que
acontecer o que acontece aqui. Dizer que precisamos abrir créditos adicionais?
Podemos abrir créditos adicionais; são 15h35min, às 16h30min poderíamos estar
abrindo os créditos adicionais, se estivesse prosseguido a Sessão e não
teríamos perdido os dez minutos em que estamos discutindo aqui e agora.
Então,
esta desculpa, não aceito. Por esta desculpa, não tenho nenhuma sensibilidade,
até porque, volto a dizer: é um projeto muito mal-apresentado e analisado na
pior forma. Votei a favor, como todos votaram, mas com restrições.
Não
aceito o que está aqui. Não vou ser pressionado por um Projeto malfeito.
Aceitaria, volto a dizer, tenho sensibilidade e a minha Bancada também tem em
relação às pessoas que aqui estão, mas em relação ao Projeto do Executivo, de
jeito nenhum. Saúde e paz. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. LUIZ BRAZ (Requerimento): Sr. Presidente, diante da sábia
argumentação utilizada pelo Ver. João Dib, este Vereador, sensibilizado com os
termos utilizados, retira o seu Requerimento, para que a Pauta Especial possa
ser discutida em primeiro lugar e, logo após, a Ordem do Dia.
O SR. PRESIDENTE: Também verificamos que esta é a posição
consensual da Casa, pelo menos majoritária. Temos que ter essa sensibilidade
para verificar quando a democracia funciona dessa maneira. Diante da retirada
da proposta do Ver. Luiz Braz, nós, também, sensibilizados pela educada
manifestação do Ver. João Dib, vamos votar com S. Exa. Assim, é o consenso que
primeiro seja a Pauta Especial e, logo após, a Ordem do Dia. Pedimos desculpas
aos familiares, mas logo retornaremos.
Passamos
à
DISCUSSÃO PRELIMINAR - (até 06 oradores)
5ª SESSÃO
PROC.
3135/99 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 030/99, que estima a Receita e fixa a Despesa
da Administração Direta do Município para o exercício econômico-financeiro de
2000. Com respectivos Planos de
Aplicação de Fundos. Com Emenda nº 01.
PROC.
3136/99 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 031/99, que estima a Receita e fixa a Despesa do
Departamento Municipal de Água e Esgotos para o exercício econômico-financeiro
de 2000. Com Anexo.
PROC.
3137/99 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 032/99, que estima a Receita e fixa a Despesa do
Departamento Municipal de Habitação para o exercício econômico-financeiro de
2000. Com Anexo.
PROC.
3138/99 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 033/99, que estima a Receita e fixa a Despesa do
Departamento Municipal de Limpeza Urbana para o exercício econômico-financeiro
de 2000. Com Anexo.
PROC.
3139/99 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 034/99, que estima a Receita e fixa a Despesa da
Fundação de Educação Social e Comunitária – FESC, para o exercício
econômico-financeiro de 2000. Com Anexo.
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra para
discutir a Pauta Especial.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, o
legislador vive alguns momentos que são excepcionais ao longo do ano. Esse, sem
dúvida alguma, é um dos grandes momentos, porque eu sempre digo que o vereador,
o deputado não precisa fazer leis; ele precisa acompanhar, fiscalizar o
cumprimento da lei; e nós fazemos muitas leis, neste País, que não são
respeitadas. E o grande momento do Vereador, sem dúvida nenhuma, é a Lei de
Diretrizes Orçamentárias, e após, o Orçamento. Neste ano, excepcionalmente,
tivemos também o Plano Diretor, outro grande momento vivido por todos nós.
Estamos votando o Orçamento. O Orçamento fixa as despesas e orça as receitas.
Gostaria
de chamar atenção do povo porto-alegrense, que na forma da Lei Orgânica art.
121 parágrafo 3º, trezentos porto-alegrenses eleitores podem apresentar emendas
ao Orçamento, ou três entidades representativas da sociedade, assinando, também
podem apresentar emendas ao Orçamento. E isso até sexta-feira, apenas, depois
não pode mais. A divulgação foi feita, mas não é muito ampla.
E
eu gostaria que, se emendas forem apresentadas, não acontecesse o que aconteceu
no passado, pois tanto quanto eu sei a única emenda de origem popular votada
nesta Casa foi feita pela UAMPA, que modificou uma verba de publicidade no
gabinete do Prefeito, e essa verba, depois, foi suplementada em 13.200%. Não
quero que isso ocorra, espero que façam alguma emenda e que não venha a ocorrer
o que o Prefeito da época fez: aumento em 13.200% a verba de publicidade! Quer
dizer, diminuíram um pouquinho e ele aumentou em cento e trinta e duas vezes o
que tinha de verba para publicidade o seu gabinete.
Tenho
feito, aqui, um debate árido, porque os números são áridos, mas quando eu saio
daqui imediatamente vem alguém dizer que eu uso os números e uso mal às vezes,
não entendem bem e que a população pode ficar prejudicada porque eu informei e
não entenderam, então, vou ser mais simples. Por exemplo, quando eu falei do
IPTU, vi que no ano passado propuseram para este ano 69 milhões e 900 mil
reais; para o próximo ano 72 milhões e 800 mil reais. É um acréscimo de 6 ou
7%, mas eu sei que os dados de lançamento do IPTU na Prefeitura são muito
maiores do que isso e a Prefeitura não me explicou por que a carga geral do
Município é de 115 milhões de reais, informados pelo Prefeito, e só se arrecada
70 milhões. Tanto o Prefeito quanto o Secretário da Fazenda dizem que o nível
de inadimplência é menor do que 10%.
Eu
leio aqui e vejo aqui reclamações terríveis contra a União. Então o Fundo de
Participação dos Municípios, que é um dinheiro que vem da União, para este ano
estava previsto em 17 milhões, 850 mil reais. Para o próximo ano prevêem a
mesma coisa. Só que em oito meses, oito meses, arrecadaram 17 milhões e meio de
reais - 98% da previsão e faltam quatro meses. Eu não posso entender por que no
ano que vem vão arrecadar menos, vão receber menos do Governo Federal, se todos
os anos cresce. Mas a Prefeitura diz que vai acontecer isso.
Naquela
famosa Lei Kandir que falam mal, todas às vezes, este ano estava previsto 10
milhões de reais de arrecadação. Para o próximo ano está previsto 9 milhões,
410 mil reais. Só que em oito meses a Prefeitura recebeu 78% do que estava
previsto para todo o ano. É tão fácil fazer a conta: se em oito meses deu 78%,
faltam quatro meses, nós vamos arrecadar mais do que o previsto.
Imposto
de Renda na Fonte: este ano 15 milhões de reais. Para o próximo ano 16 milhões
de reais. Só que em oito meses 79% foi arrecadado. Vale dizer que vamos
arrecadar mais do que os 15, mais do que os 16 milhões. A Prefeitura apresenta
uma proposta deficitária de 15 milhões de reais.
Eu
poderia analisar outros valores, como por exemplo, o FUNDEF, que também falam
muito mal dele. Para este ano estão previstos 23 milhões, 910 mil reais; para o
próximo, 25 milhões, 220 mil reais. Em oito meses foram arrecadados 77% da
previsão, o que deve dar bastante mais para o próximo ano.
Mas
eu dizia que a previsão de déficit não me assusta, porque vai dar superávit no
final.
Todos
os dias, isto é um bom instrumento para os Vereadores, não sei se todos lêem,
acompanham o Diário Oficial. Diário Oficial de hoje: Decreto 12.517 - Gabinete
do Prefeito - tudo suplementação, na ordem de quase 3 milhões. Gabinete do
Prefeito, Publicidade: 14 mil, 271 reais; Departamento de Esgotos Pluviais,
Publicidade: 19 mil, 149 reais; Secretária de Esportes, Publicidade: 20 mil e
800 reais; Secretaria do Governo, Publicidade: 55 mil e 700 reais; Secretaria
de Administração, Publicidade: 78 mil, 796 reais; Secretaria Municipal da
Fazenda, Publicidade: 145 mil, 802 reais; Secretaria de Obras e Viação,
Publicidade: 97 mil, 296 reais; Secretaria de Educação, Publicidade: 119 mil e
60 reais; Planejamento, Publicidade: 67 mil reais. Tem dinheiro para fazer
suplementação como tem dinheiro para suplementar doze milhões, e estavam até
querendo fazer alteração na ordem de votação do que aqui acontece.
O Sr. Adeli Sell: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Nobre Ver. João Dib, V. Exa. que é extremamente atento, talvez
pudesse informar a todos os Vereadores da Casa e à população de Porto Alegre
quanto custam, efetivamente, esses editais que estão saindo diariamente na
imprensa, nos três grandes jornais da Capital, que chamam as licitações da III
Perimetral. V. Exa. citou várias secretarias que estão diretamente envolvidas
nesse tipo de publicidade legal. Então, talvez tenhamos que achar um termo novo
em Porto Alegre, para não gerar confusão ou fazer uma coisa que chame
propaganda e a outra que se diga publicidade oficial, porque se nós
continuarmos com essa única terminologia, estaremos passando uma idéia errônea
para a sociedade, como V. Exa. acaba de passar. Ou estou errado, Vereador?
O SR. JOÃO DIB: Nobre Vereador, gosto e aprecio o esforço
de V. Exa. V. Exa. fala em III Perimetral e as obras da III Perimetral são
levadas à conta da Secretaria Municipal de Obras e Viação, que está pedindo 97
mil reais de suplementação. Mas vou dizer a V. Exa. que eu não faço confusão
entre publicidade e propaganda. Propaganda é o que a Prefeitura faz e que custa
muito caro para o povo de Porto Alegre. Propaganda, eu ia elogiar e vou elogiar
o Secretário de Administração da Prefeitura, porque aqui, no Diário Oficial,
está convocando auxiliares de enfermagem, médicos, enfermeiros concursados -
isso não está nos jornais, só está no Diário Oficial -, mas propaganda é aquilo
que a Prefeitura encheu nos jornais dizendo que cuidava da saúde dos seus
munícipes porque havia criado 800 cargos e, por mais de dois meses, estão
fazendo cartas-contrato tendo concursados. Isso é propaganda e propaganda
desonesta; publicidade são os editais, sem dúvida nenhuma, é matéria oficial.
Eu saúdo o Secretário da Administração que está chamando os concursados. Mas,
para editais, não se precisa de milhões e milhões de reais.
O Sr. Adeli Sell: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) V. Exa. há de convir que nós registramos o equívoco de um
determinado tipo de propaganda, mas temos sido cautelosos no gastos, e na
condição de Bancada governista somos tão fiscais quanto V. Exa. Muito obrigado.
O SR. JOÃO DIB: Sou grato a V. Exa. Eu fui Prefeito desta
Cidade e Secretário do Governo e sei que a verba para a publicidade oficial
estava na Secretaria do Governo e assim deveria continuar, mas não é o que
acontece hoje. De qualquer forma, a análise do Orçamento é muito importante,
acho que agora nós vamos continuar ouvindo o outro lado também. Saúde e paz.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Vera. Maristela Maffei está com a
palavra em Pauta Especial.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores.
Cumprimento a família que está aguardando a votação, eles terão que ter um
pouco de paciência, mas, com certeza, nós todos estaremos aqui para aprovar com
carinho essa proposta que é importante para a família e a comunidade.
Em
relação ao tema sobre o qual estamos nos debruçando e ao trabalho exercitado
pela comunidade de Porto Alegre posteriormente, anterior até chegar a esta
Casa, gostaria de dizer do trabalho fundamental que significa a Secretaria
Municipal da Fazenda do nosso Município, eis que essa tem a competência de
organizar e manter atualizado o cadastro dos contribuintes, promover a emissão
dos conhecimentos relativos à cobrança de tributos e demais rendas do
Município, bem como registrar os créditos, prestar orientação fiscal aos
contribuintes, proceder a diligências fiscais, autuando os infratores das
legislações tributárias, julgar, ouvir as reclamações contra o lançamento dos
tributos.
E
aqui, senhoras e senhores, que eu gostaria de me deter e aprofundar um pouco
mais esta questão, que tange não apenas ao nosso Município, mas a todos os
Municípios do nosso País, em relação à Reforma Tributária. Não é possível que
os Municípios tenham que arcar com o que lhes está destinado, pela política,
hoje, porque, na verdade, os Municípios recebem obrigações. Apesar de o Governo
Federal querer que tudo seja municipalizado, nós apenas arcamos com as
obrigações. Nesse sentido, eu quero discordar do Presidente da FAMURS, no que
diz respeito a uma nova proposta, uma nova estrutura para a questão da Reforma
Tributária. O Presidente da FAMURS, como nós sabemos, é Prefeito ligado e é
filiado ao PMDB, Partido que dá sustentação ao Presidente Fernando Henrique
Cardoso. É necessário, sim, nós corrigirmos distorções, e na proposta do
Governo Federal, nós não vemos contemplação alguma à justiça fiscal, segue uma
linha crescente de desconcentração de recursos. O Governo Federal está mais
preocupado em atender compromissos internacionais, como o pagamento da dívida
externa, em tranqüilizar grupos que, historicamente, se beneficiaram da
estrutura vigente e não quer perder os seus privilégios. O exemplo disso,
senhoras e senhores, é o Projeto que regulamenta os impostos sobre grandes
fortunas no nosso País, de autoria do próprio Presidente Fernando Henrique
Cardoso, que infelizmente está engavetado no Congresso Nacional. Os
assalariados do nosso País pagam mais impostos do que as empresas. Os bancos,
mais da metade, não pagam Imposto de Renda, sem falar na renúncia fiscal, em
benefício de grandes grupos e em prejuízo das finanças públicas. A carga
tributária, no Brasil, equivale a 28% do produto interno bruto. Nos tirem, Sra.
e Srs...
O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Sr. Presidente, a oradora não está
analisando o Projeto de Orçamento, que temos na Pauta Especial. Está fazendo um
discurso contra a política tributária brasileira.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, estou fundamentando
justamente na defesa dos tributos do Município. Estou fundamentando o meu ponto
de vista sobre o tema. Não vejo qual é o problema do Ver. Luiz Braz, ou será
que ele está sendo atingido com alguma coisa?
O SR. PRESIDENTE: Solicito a V. Exa. que tão logo possa,
aborde o assunto pertinente à Pauta Especial. Se V. Exa. está desenvolvendo um
raciocínio para entrar na Pauta Especial, se justifica.
Descontarei
o tempo de V. Exa., que foi interrompido.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Obrigada, Sr. Presidente, pois, Senhoras
e Senhores, continuando o meu raciocínio gostaria de dizer que esse instrumento
é fundamental e temos que trazê-lo verdadeiramente para atuar como instrumento
de justiça social. Nesse sentido é preciso reforçar os impostos diretos, com a
progressividade nas alíquotas: quem tem mais, paga mais; quem tem menos, paga
menos. Nas atribuições dos recursos a estrutura tributária deve estar
relacionada à retomada do autêntico pacto federativo. A União concentra mais de
56% de toda arrecadação de impostos do País; os Estados repartem entre si 27% e
os Municípios - e aqui vamos chegar a nossa realidade - dividem apenas 17% do
bolo dos tributos.
A
União reduz drasticamente seus investimentos nas áreas sociais, e isso
repercute diretamente em nossos Municípios, transferindo cada vez mais
responsabilidades aos Estados e Municípios, nas áreas de saneamento básico,
habitação, saúde e ensino público. Os recursos dos impostos saem do bolso dos
contribuintes. No Estado mínimo a lógica e a qualidade dos serviços desaba, e
os investimentos públicos somem. É preciso, Ver. Luiz Braz, reconstruir a
receita pública, e como V. Exa. pode dizer que eu não estou no tema? A adoção
de uma política fazendária eficiente, aprimorando os mecanismos de arrecadação,
aumentar a fiscalização sobre grandes empresas, acabando com as anistias,
combater a sonegação, cobrar a dívida ativa, inverter a política de renúncia
fiscal. Só no nosso Estado, Ver. Luiz Braz, até o final de 1998, o bolo de ICMS
nacional caiu de 8,3% para 6,9%, provocando um déficit operacional de um bilhão
por ano, só coberto com a privatização das nossas maiores empresas.
Srs.
Vereadores, é preciso, sim, a Reforma Tributária, é essencial para garantir o
desenvolvimento auto-sustentável dos Estados e Município. Essa é a nossa
proposta, Sr. Vereadores, e queria dizer que nessa discussão toda, que estamos
tendo, no nosso Município, a questão tributária está diretamente ligada ao
controle público da aplicação dos recursos.
O
Orçamento Participativo é uma das mais eficientes atitudes políticas que nós já
tivemos no nosso Município e, agora, no nosso Estado. Ele é adotado, Sr.
Vereador, por muitas cidades do mundo e permite que a cidadania conheça a
estrutura da receita pública de onde se origina. A população a partir de
critérios deliberados, coletivamente, decide onde esses recursos são gastos,
quais as prioridades e quais as obras a serem feitas com elas. Ao mesmo tempo
em que torna as obras mais econômicas, graças ao controle direto das
comunidades. O Orçamento Participativo supera a alienação, supera a demagogia,
aprofunda a democracia e forma uma cidadania crítica e participativa, não
apenas o que aconteceu, aqui, nesta Casa, ontem. Nós tivemos, aqui, um palco de
demagogia, de agressão e de constrangimento. Esta Vereadora foi profundamente
constrangida na discussão do Orçamento do Estado, o que não acontece, aqui.
Portanto,
nós aprovarmos o que aqui está sendo apresentado, e aprofundarmos com respeito,
a autonomia popular, vai fazer com que esta Cidade e a população tome
conhecimento, cada vez mais profundo, dos embates políticos que nós
enfrentamos. Isso nós superamos com participação popular, com seriedade e com
altivez, o que não acontece com esse falso fórum democrático que foi promovido
com desrespeito nesta Casa. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: Eu quero anunciar as presenças do Sr.
José Odilon Orsdim, Presidente do Partido Trabalhista Brasileiro de Santa
Bárbara do Sul, Sr. Jair de Jesus e Sr. Clóvis Vieira, membros do Diretório do
PTB de Santa Bárbara, brilhante Cidade, saudamos as presenças dos ilustres
representantes da municipalidade de Santa Bárbara do Sul, é um prazer tê-los
aqui.
O
Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, para
uma Comunicação de Liderança, talvez, eu devesse solicitar o Tempo Especial, já
que, no dia de ontem, V. Exa., na condição de Presidente desta Casa,
outorgou-me a competência de presidir os trabalhos da Assembléia Popular do
Conselho Municipal do Fórum Regional do Delta do Jacuí referente à Porto
Alegre.
Gostaria
de dizer que por volta das 19h, mais prestando contas propriamente a V. Exa. e
a este Plenário, dei por abertos os trabalhos, obedecendo a uma
regimentalização básica e com esta Casa totalmente lotada, designando como
Secretários a Vera. Clênia Maranhão, o Ver. Antônio Losada e o Ver. Elói
Guimarães que abriu os trabalhos, e com 32 inscrições de defesas de Emendas,
até às 21 horas quando passei os trabalhos à ilustre Vera. Clênia Maranhão.
A
tramitação, apesar de a Casa estar totalmente lotada, se deu de forma normal,
regular, com respeito às posições divergentes, oportunidade em que o líder
comunitário da Zona Sul da Cidade, defensor de propostas contrárias àquelas do
Fórum Regional do Desenvolvimento usasse da tribuna, e quando houve uma
manifestação natural em decorrência de divergências de idéias, alguns apupos,
fiz um apelo ao conjunto da plenária, imediatamente fui atendido, com respeito,
no transcorrer dos trabalhos em todo o tempo em que presidi os trabalhos.
Certamente, a própria Vera. Maristela Maffei, que me acompanhava na Mesa
Diretora, junto com os demais Vereadores, dentre eles os Secretários ad hoc Elói Guimarães, Ver. Antônio Losada, Clênia Maranhão e os demais
presentes: Ver. João Carlos Nedel, que sustentou uma das Emendas; o Ver.
Fernando Záchia, o Ver. Luiz Braz, a Vera. Sônia Santos, aqui estiveram e
assistiram o andamento normal dos trabalhos.
Quero
fazer esse registro, sobretudo, em função de manifestações que vêm ocorrendo.
Esse é o depoimento que faço da tribuna desta Casa para o pleno esclarecimento
de V. Exas. Parece que teria havido algum fato de desentendimento, mas, informo
a V. Exas. que no período em que eu presidi essa Assembléia Popular, ela
transcorreu de forma normal e regular, num clima de entendimento, de respeito,
com as votações encaminhadas de forma extremamente normal.
Digo a V. Exa., Ver. Adeli Sell, que em nenhum momento,
durante o período em que eu presidi - não permaneci mais tempo, eis que tinha
um compromisso - os trabalhos transcorreram de forma, reitero, totalmente
normal na assembléia popular.
Portanto,
esse é o depoimento que gostaria de deixar registrado nos Anais desta Casa para
que não pairasse nenhuma dúvida sobre a missão que me foi outorgada pelo
Presidente desta Casa para presidir a Assembléia Popular. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Informamos aos Srs. Vereadores que o
Ver. Juarez Pinheiro foi designado para representar esta Casa na reunião que haverá,
agora, à tarde, no Conselho Regional de Desenvolvimento - COREDES, Delta do
Jacuí.
O
Ver. Renato Guimarães está com a palavra para discutir a Pauta Especial.
O SR. RENATO GUIMARÃES: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs.
Vereadores, desta Pauta Especial eu gostaria de destacar alguns pontos para
nossa análise. Em primeiro lugar, eu quero fazer alguns registros que considero
importantes para nós compreendermos o todo da pauta orçamentária em relação aos
principais departamentos, aos principais serviços da Prefeitura. Fiz também
algumas análises pontuais do conjunto da proposta orçamentária, e, sobre isso,
eu gostaria de fazer, aqui, alguns registros.
Eu
fiz um levantamento das despesas do DEP - Departamento de Esgotos Pluviais -, e
do conjunto dos seus serviços orçados, de 1994 até o ano 2000. Do estudo que
fiz há um destaque aqui. O Ver. Pedro Américo Leal deve lembrar-se de que a
dragagem, a limpeza dos principais arroios das grandes cidades, era feita pelo
Departamento de Obras e Saneamento - DNOS. Esse Departamento se
responsabilizava pelas obras chamadas de macrodrenagem e foi extinto por
decisão da esfera federal. Quando ele foi extinto, ficou consolidada a
proposição de que os Municípios receberiam verbas federais chamadas de Verbas
Pró-saneamento para que fossem feitos esses serviços. Por alguns anos nós
tivemos o repasse dessas verbas; o Governo cumpriu com o que foi acordado.
Acontece que de 98, principalmente de 99 para cá, esse acordo foi rompido e as
verbas federais dos chamados pró-saneamentos, que vinham para os Municípios,
começaram a ser cortadas.
Nós
temos, para o ano 2000, no Município de Porto Alegre, uma redução drástica de
recursos nessa área, como o financiamento dos principais programas na área de
saneamento da Cidade, dirigidos pelo DEP; recursos esses que vinham por essa
convenção que levou à extinção de um departamento importante para a manutenção
de serviços nas grandes cidades, a qual foi descumprida.
De
fato, Porto Alegre, tem mais esse prejuízo na relação município/estrutura
federal.
É
importante que os Vereadores atentem para isso, porque está aqui na peça
orçamentária.
Eu
fiz isso sobre várias secretarias e eu poderia apresentar para os senhores aqui
a análise que fiz sobre a Secretaria de Educação.
Nessa
Secretaria acontece a mesma história em relação ao chamado Fundo Nacional de
Desenvolvimento do Ensino Fundamental, Ver. Elói Guimarães.
Ao
se aprovar a Lei do Fundo Nacional de Desenvolvimento do Ensino Fundamental não
foram levados em conta o ensino infantil, os gastos com o ensino do jovem e do
adulto, com a educação especial e com o ensino médio. Foi feita uma matemática
para chegar ao repasse de um fundo de educação, só para os alunos matriculados
da 1a à 8a série, justificando a política do “funil”, de que não precisamos ter
crianças de zero a seis anos atendidas e de que não precisamos ter educação em
escola especial nem ensino médio.
Aí,
Porto Alegre foi, mais uma vez, prejudicada, Ver. Luiz Braz, porque no seu
orçamento, no primeiro ano, houve um corte de sete milhões, a partir da Lei do
FUNDEF.
Progressivamente,
nós estamos, a cada ano, perdendo, na média, um milhão e meio de recursos,
porque na leitura que o Governo faz do repasse do Fundo da Educação só são
levados em conta os alunos matriculados na rede de 1a à 8a série.
Então,
todo o serviço que a Prefeitura de Porto Alegre tem na área de 2º grau, ensino
infantil e educação de jovens e adultos, tudo isso é deixado de lado, sendo
financiado apenas o ensino fundamental.
Porto
Alegre também perde. Eu me detive em analisar esse conjunto de perdas que Porto
Alegre vem tendo em relação a esses acordos federais que estão sendo feitos,
para a gente demonstrar aqui que não existe possibilidade, Ver. José Valdir, de
fazer uma análise do orçamento municipal de Porto Alegre, sem levar em conta a
relação como o Estado e com a União, porque nós vivemos numa chamada unidade
federativa onde o dinheiro do meu bolso, o dinheiro dos meus impostos vão lá
para a União, mas não voltam para o meu Município, não voltam para as políticas
do meu Município.
A Sra. Helena Bonumá: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Renato Guimarães eu endosso suas palavras e quero registrar
que nós vivemos nesta Casa, ontem, o exemplo do descaso com a necessidade que
nós todos temos de reforçar essa luta contra a Reforma Tributária que saca
recursos do nosso orçamento e dos nossos Municípios. Na realidade, o que nós
vivenciamos aqui, ontem, partiu dos que não apóiam o Orçamento Participativo.
Ao invés de se somarem ao conjunto das forças que lutam por manter os tributos
no Município para que a gente possa, aqui, aumentar os investimentos de acordo
com as necessidades do nosso povo, partiu dos que fazem assembléias e que
promovem reuniões, querendo descaracterizar e querendo desrespeitar esse
acúmulo histórico que nós já temos na nossa Cidade.
Então,
é importante que a população se conscientize, é importante que os movimentos se
conscientizem, e que além dos partidos de oposição a gente possa ter um
somatório de forças na nossa sociedade contra a Reforma Tributária.
Então,
mais uma vez eu lastimo o que aconteceu aqui ontem à noite, dizendo que esses
partidos que estavam promovendo esse episódio lamentável, deveriam é trabalhar
contra a Reforma Tributária, porque os seus correligionários lá no Congresso
Nacional, com certeza, tendem a aprovar isso que vai tirar recursos do nosso
Município. Muito obrigada.
O SR. RENATO GUIMARÃES: Obrigado, Vera. Helena Bonumá, eu
gostaria de registrar que construir uma pauta orçamentária, construir, Ver. Elói
Guimarães, um projeto orçamentário de forma democrática, discutindo com o povo,
não é fácil. Nós temos uma experiência em Porto Alegre, ela não é a única, não
é a primeira, mas ela é de onze anos e vem se aprimorando. Agora, de alguma
forma nós temos que elogiar, porque alguns defendem, hoje, a democracia, mas
esse passo à frente só foi possível no momento em que foram desalojados do
Governo Estadual, porque até o momento que estavam governando uma parte do
Estado, a palavra democracia não existia, passa a existir neste momento, que
estão na oposição. Mas a oposição tem que ser séria, tem que ser como alguns
vereadores de oposição nesta Casa que a praticam e que considero sérios. Eles
vêm a esta tribuna e exigem da nossa Bancada e do nosso Governo que se trabalhem
as políticas públicas do Município: isso é sério.
No
meu ponto de vista, o que está acontecendo em relação ao Orçamento do Estado
não é sério, o que se está debatendo dessa questão, porque não é um processo
que unifique, que construa, é um processo que quer destruir, que quer manter
aceso o debate eleitoral, a disputa eleitoral que já foi superada. Quem ganhou
eleição neste Estado foi o Governador Olívio Dutra e, a partir disso, temos que
trabalhar para todos os cidadãos deste Estado.
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Vereador, peço a V. Exa. que se mantenha
no assunto da Pauta Especial.
(Tumulto
no Plenário.)
Srs.
Vereadores, a Mesa chamou a atenção do Vereador que está na tribuna. Vereador,
por gentileza, mantenha-se em discussão de Pauta Especial, Orçamento Porto
Alegre 2000.
O SR. RENATO GUIMARÃES: Sr. Presidente, é importante colhermos
esses exemplos aqui na Casa, porque, de fato, a democracia se espelha e está
contida na voz de alguns Vereadores da Casa, sem sombra de dúvida. É bom
pegarmos os exemplos do que fizeram quando participavam do Governo Federal - e
vêm a esta tribuna dizer que não participaram. Não largaram os cargos, largaram
só os discursos de defesa do Presidente Fernando Henrique Cardoso.
Quero
dizer que o entendimento de propaganda e publicidade que está nesta proposta
orçamentária, é o entendimento que trata da informação do cidadão desta Cidade.
Portanto, publicidade e propaganda não é só o edital, lá no Diário Oficial, e,
sim, a matéria na televisão que informa ao cidadão o que está acontecendo na
Cidade. Essa é a concepção democrática e popular de propaganda e publicidade e
do que quer que seja.
Agora,
nós vamos defender aqui a construção de uma democracia e espero que todos os
Srs. Vereadores possam participar desse processo, mas sem bater em ninguém,
porque não é dessa forma que iremos construir. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Elói Guimarães para
discutir a Pauta Especial.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu
continuo analisando o Orçamento, trabalhando, exatamente sobre os números.
Tenho
trazido, basicamente, duas preocupações: a primeira preocupação é com a queda
drástica na expansão da despesa do DEP - Departamento de Esgotos Pluvias.
Outro
aspecto que tenho enfocado é a questão da expansão da divulgação oficial, que
não se ajusta dentro dos parâmetros do crescimento dos investimentos. Estou
trabalhando para o DEP e quero chamar a atenção da Casa, na medida em que estou
a dizer que a despesa que o DEP terá no ano que vem caiu em quase 70%, estou
chamando a atenção da Cidade pela complexidade da questão. Sabemos onde atua o
DEP, ele atua no infra-estrutura sanitária, na infra-estrutura básica, ele
cuida dos riachos. Os equipamentos são escassos, e há a grande verdade de ser
um problema histórico de Porto Alegre que vem crescendo por “n” fatores, e aqui
não vamos analisar esses fatores.
A
Cidade vem sofrendo com os crescentes alagamentos, que representa imensos danos
sociais, inclusive com mortes ao longo do tempo. O sistema de circulação entra
em crise. Então, é todo um setor fundamental para a vida da Cidade. Essa
preocupação coloquei ontem, com a seguinte proposição: “Deverão ser
disponibilizados recursos, através de emenda, para investimentos na área de
infra-estrutura de Porto Alegre na órbita de competência do Departamento
Municipal de Esgotos Pluviais”. A Justificativa: “É motivo de grande
preocupação a redução drástica do orçamento do Departamento de Esgotos Pluviais
para o ano 2000, na ordem de 60,75%. Passando de 21 milhões, 594 mil, 195
reais, do ano passado para 8 milhões,
475 mil, 749 reais. Detinha o DEP, em 1999, 3,42% do Orçamento do Município e,
para 2000, terá o percentual de 1,28. Porto Alegre enfrenta, historicamente, os
alagamentos num crescente, de conhecimento público, são várias regiões da
Cidade, em especial a Zona Norte, que sofrem com tal problema, com danos
públicos e privados. Os nossos riachos carecem de regular limpeza, o que, como
regra, não acontece face à insuficiência do parque de máquinas”. O que estou a
dizer? Temos que investir nesse setor, porque essa redução tem que ser
compensada. Chamava a atenção e pedi aos Srs. Parlamentares, lá da Assembléia,
atentem para esse aspecto - algo que eu não desejo - que naturalmente se
agravará - e já é muito grave.
O Sr. Luiz Braz: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Elói Guimarães, apenas para dizer que V. Exa. dignifica esta
Casa e também o Partido Trabalhista Brasileiro, porque V. Exa. vai para a tribuna
para discutir o Orçamento de Porto Alegre, cumprindo exatamente o que diz o
nosso Regimento.
Nessa
preocupação que V. Exa. tem com os recursos do DEP que estão cortados pela
metade, os grandes prejudicados, ou pelo menos um deles, são os moradores da rua
José Scutari que, a cada chuva, ficam debaixo d’água, porque, a qualquer chuva,
o arroio Areia enche d’água, e aqueles moradores já não conseguem mais deter a
água, nem com os diques que colocaram na porta de suas casas. O DEP precisa de
mais recursos, e V. Exa. defendeu isso ontem, naquela nossa assembléia, que
deve merecer aplausos de toda a sociedade.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Agradeço a V. Exa. pelo aparte, apenas
corrigindo que o corte nos recursos do DEP são de dois terços, e não a metade.
Eu
coloquei essa preocupação ontem, para que, no momento em que se fizerem as
distribuições de recursos, através do Orçamento do Estado, se dê alguma coisa
para o Município, em especial para o Departamento de Esgotos Pluviais.
O Sr. Guilherme Barbosa: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Uma das fontes de recursos para investimento que a nossa Prefeitura
usava, pela condição saudável de nossas finanças, embora com recursos curtos
ainda, era um Programa chamado Pró-Sanear, encaminhado pelo Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES, pois, em julho de 1998, o Governo
Federal, sofrendo pressão do FMI, cortou essa linha de financiamento, assim
como o Pró-Moradia, que era para moradia popular, através da Caixa Econômica
Federal. Aí explica a dificuldade de recursos para investimento, com esse
caráter importante.
Discordo
de V. Exa., quando diz que é crescente o número de alagamentos na Cidade, ao
contrário ele é decrescente e até convido V. Exa. para, juntos, fazermos um
estudo, nos registros do DEP, ou até mesmo nos jornais, pegando uma série
histórica de 15 anos para cá, e V. Exa. vai ver que os alagamentos em nossa
Cidade são decrescentes.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Esse desafio eu topo de imediato e só vou
deixar de fora a enchente de 1941, nesse ponto concordo com V. Exa., mas há um
crescimento desse problema, por fatores que poderíamos, rapidamente, deduzir da
tribuna, até pelo crescimento da Cidade, pela impermeabilização da própria base
física da Cidade, e por uma série de fatores. Agora, o que eu estou dizendo é o
óbvio, basta abrirmos os jornais.
O Sr. Gilberto Batista: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Eu também gostaria de me somar ao Ver. Guilherme Barbosa e a V.
Exa. - e faço um desafio ao Vereador -, para que possamos ir na Zona Norte de
Porto Alegre para ver quantos alagamentos lá existem.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Se há esta preocupação com o DEP, por
outro lado a recíproca não é verdadeira. Há uma expansão na publicidade do
Município. É uma discussão que nós temos que fazer e eu nem chego a fazer uma
discussão no sentido mais crítico, mas eu chamo a atenção. Eu tenho dito que
publicidade, divulgação é poder. É bom que se entenda isso. Quem detém a
divulgação, quem detém a comunicação detém poder. E eu chamo a atenção para a
Casa, porque, enquanto o Município cresce, expande os seus recursos, Ver. João
Dib, para a publicidade, para a comunicação com a sociedade, a Câmara entra em
queda. São números, é matemática, não é discurso. Eu estou traduzindo números
em verdades absolutas. Quando o DEP cai drasticamente a sua receita para gastos
com canos, para fazer a limpeza do valão do Sarandi, etc., etc., cresce a sua
verba para fazer publicidade. Enquanto isso, a Câmara decresce a sua verba e o
Executivo cresce. São dados absolutos. Quem fala é a matemática, são os
números, não é este Vereador. Eu apenas faço a tradução do número e ofereço-o
para o debate. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Antônio Losada solicita licença
para tratamento de saúde na data de hoje. O Suplente, Ver. Giovani Gregol,
comunica que não pode assumir a titularidade nesta data. Portanto, assumirá,
assim que chegar a este Plenário, a Vera. Lenora Ulrich.
O
Ver. Pedro Américo Leal está com a palavra para Comunicação de Líder.
O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o
Jornal do Comércio de hoje publica, e não tinha conhecimento o próprio autor,
Ver. José Valdir, a defesa que esse parlamentar fez em problema que abordei da
tribuna, quando disse que era preciso tratar o crime, neste Estado, com
severidade e nisto açambarquei e englobei todos os criminosos. Fossem eles
adolescentes ou maiores de idade, pois não há diferença alguma entre crime e
ato infracional. Ato infracional, quando redunda na morte de um ente querido, é
crime para aquela família e S. Exa. veio em defesa do ECA, Estatuto da Criança
e do Adolescente. Na verdade, como bom estrategista, defendeu os adolescentes e
as crianças, que estão ao abrigo do ECA. Eu prego aqui, e continuo pregando em
televisões, em rádios, em jornais e na tribuna, que o crime tem que ser
respondido pela sociedade, atacada com severidade e até com truculência. E o PT
agora vem a meu favor. Ver. José Valdir, asseguro-lhe que não ia tocar nestas
fotografias dos jornais Zero Hora e Correio do Povo. Não ia tocar, porque penso
que a figura do Governador é quase que sagrada. V. Exa. sabe que eu penso
assim. Eu não tenho dúvidas: autoridade é autoridade, tem que ser respeitada.
Se não for do meu Partido, paciência. Mas a ele e a ela todas as reverências!
Vejo
que a Brigada Militar e a Polícia Civil trataram com severidade o Paulo
Henrique Rodrigues da Silva, o “Paulinho Guri”. É só V. Exas. verem nas
fotografias dos jornais que o Governo do PT respondeu bem ao atrevimento de
atentarem contra a pessoa do nosso Governador, indevidamente, com insolência.
Pela segunda vez - digo nosso Governador, porque é o meu Governador. E a
Brigada Militar e a Polícia Civil trataram esse criminoso como devia, ou seja,
com safanões, até com agressões, como ele merece. A Polícia tem o direito de
revidar a um assalto, a um seqüestro, a um petulante criminoso e tem que agir
com rigidez, com truculência, com severidade, com violência, porque o crime tem
de ser debelado da sociedade ou a sociedade moderna será assimilada e tragada
pelo crime e pelos criminosos.
O
Ver. Adeli Sell sussurra, para que eu escute, de propósito, "que ele não
queria ser comandado por mim, se fosse militar". Mas, V. Exa. não pode,
junto com o Ver. José Valdir, desmentir-me. Eu ficaria em silêncio, Vereador,
porque acho isto certo: esse criminoso foi tratado como devia, a bordoadas, e é
assim que deve ser. Olhem para ele e vão ver o sangue, o nariz esborrachado. É
o que ele merece!
Fico
espantado, e o Ver. Luiz Braz vem em meu socorro, dando-me sugestões de que a
Vera. Maria do Rosário deve estar em palpos de aranha para responder a isso que
está estampado nos jornais, que, na verdade, é a negação daquilo que prega a
Comissão de Direitos Humanos. Não fosse o artigo publicado, hoje, no Jornal do
Comércio, eu não viria à tribuna, porque acho muito justo que se trate um
criminoso assim. O PT aprendeu com o que eu disse? O PT aprendeu! Afinal de
contas eu dou rumos ao PT! O PT está chegando à conclusão de que o Secretário
de Segurança deles está falando em vão. Diz-me o Ver. Guilherme Barbosa que o
rapaz escorregou e ficou de tal acidentado, jogado contra a parede,
completamente abalroado, cheio de sangue, o nariz parece que levou um soco. Na
verdade, é a apoteose do que eu prego: os criminosos têm de ser recebidos e
tratados assim. Ó PT, afinal de contas, me ouviu! Ó PT, toma as direções que
aponto na segurança pública! Como me sinto confortado hoje, pois aquilo que
prego está sendo absorvido pelo próprio Partido que está na situação. Estou
realizado! Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. José Valdir está com a palavra
para discutir a Pauta Especial.
O SR. JOSÉ VALDIR: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
infelizmente, não posso responder ao Ver. Pedro Américo Leal neste tempo,
porque este tempo é para discutir o Orçamento. Mas, Ver. Pedro Américo Leal, há
uma diferença muito grande entre reagir à prisão e à tortura. Nós não vamos
defender nunca a tortura e a violência despropositada da polícia.
Não
posso debater esse tema neste momento, mas assim que houver oportunidade, vamos
voltar a este debate, com certeza.
Nesta
discussão sobre o Orçamento, eu acho que temos que voltar a fazer uma reflexão
de que é impossível discutir o Orçamento apenas discutindo a relação entre os
números, praticando, aqui, um exercício de matemática pura. Isso é impossível,
porque o Orçamento tem a ver, primeiro, com conceito que temos sobre o
Orçamento, tem a ver com a forma como este Orçamento é produzido, tem a ver com
o contexto geo-histórico onde este orçamento esta sendo discutido. Portanto, a
discussão do Orçamento, necessariamente, tem que incluir a discussão da
conjuntura que estamos vivendo. Não só nacional, mas até mesmo internacional,
tem que envolver o conceito de Orçamento que nós temos e tem que envolver a
questão colocada, hoje, que é o grande debate da sociedade, aqui em Porto
Alegre, e no Estado do Rio Grande do Sul, que é o Orçamento Participativo, ou
da Participação Popular no Orçamento.
Referir-se
a esses temas, não é fugir do assunto, é estar dentro do assunto.
Acho
incrível como algumas pessoas conseguem fazer a discussão do Orçamento sem se
dar conta de que discutir orçamento é sempre, por natureza, discutir a
escassez. Não existe situação ideal em nenhuma parte do Mundo ou em nenhum
momento histórico, onde vamos discutir o Orçamento de um estado, ou de um país
ou de uma cidade, onde tenhamos recursos absolutos, onde não estejamos lidando
com a escassez. Sempre será a administração da escassez. Neste particular
momento histórico que estamos vivendo na sociedade brasileira, esta escassez é
quase que discutir a miséria dos Municípios, pelas razões que lemos todos os
dias nos jornais, pelas razões, inclusive, que esta Câmara tem debatido, mesmo
hoje com a vinda do Presidente da FAMURS, aqui.
Nós temos que - independente de coloração
partidária - admitir que estamos vivendo, neste País, uma crise nunca vista, a
crise do capitalismo internacional, a crise do modelo neoliberal do mundo
inteiro. Não há como não reconhecer que afeta, indiretamente, os cofres
públicos dos Municípios, a arrecadação dos Municípios, através da recessão e
afeta diretamente através de uma política deliberada de centralização, uma
política deliberada de cortes. Os principais cortes vêm - é só pegar toda a
discussão que tivemos no País, recentemente, por ocasião do Orçamento da União
- na área social, na área da Saúde, na área da habitação - que há muito tempo
não tem uma política, no País -, na área do saneamento, na área da assistência
social e etc. Essa é uma realidade! Não é fazer uma análise ideológica do
problema. É reconhecer uma realidade. Tanto é verdade que todos os prefeitos
deste País, independente do partido político ou da ideologia que professam,
estão levantando esta questão de sul a norte.
Não
estamos mais numa situação como tínhamos há algum tempo, antes da Constituição
de 1988, quando os Municípios não eram responsáveis pelo saneamento - como foi
referido aqui pelo Ver. Renato Guimarães, a questão do DNOS -, não eram responsáveis
pela questão da Saúde, da habitação e nem pela assistência social. Hoje, além
desses Municípios serem responsabilizados, a partir de todo o debate que se
estabeleceu na Constituinte, a política do Estado mínimo, a política de cortes,
do sucatamento de determinadas áreas, atira para cima dos Municípios uma
situação extremamente cruel. Nós temos episódios, como em 1992, das famosas
dragas do DNOS, Ver. Elói Guimarães - o DNOS foi sucatado - e nós fomos
encontrar uma das dragas abandonada no arroio Feijó, um pouco adiante da Vila Nova Gleba. Com uma pressão popular, as
dragas foram até recuperadas. Os Municípios herdaram esta situação maldita de
áreas completamente sucatas e de corte de recursos.
Eu
me admiro como alguns Vereadores conseguem fazer o debate desta forma. Eles
chegam aqui e dizem que tem que se aumentar as verbas do DEP, da Educação, da
Saúde, da Assistência, da Habitação, mas são as áreas justamente em que o
Governo Federal vem fazendo cortes e sucatando; eles não dizem de onde vai
sair, porque se temos que aumentar de um lado, teremos que tirar de outro. A
banalidade e o simplismo do debate é que o Vereador não se sente responsável ao
discutir o Orçamento de dizer de onde sairiam as coisas, porque uma coisa tem
correlação com a outra. Se eu quero que aumente de um lado, eu tenho que tirar de outro lado. Para quem está do outro lado, - e a população
não é burra -, fica uma discussão um pouco demagógica e irresponsável. Alguns
Vereadores conseguem discutir o Orçamento de Porto Alegre sem discutir o
momento histórico que estamos vivendo, dizem que tem que aumentar ali, mas não
dizem de onde vai-se retirar a verba.
Vejam
bem, a questão da Educação que o Ver. Renato Guimarães levantou. Não bastassem
todos os cortes e o aumento dos encargos para os Municípios, a LDBEN, que foi a
grande derrota da sociedade brasileira, porque o Projeto da sociedade brasileira era outro, e o Projeto do
Darcy Ribeiro foi um Projeto apresentado em conluio com o regime neoliberal,
ele atribuiu aos Municípios a única e exclusiva responsabilidade pela educação
infantil e pela educação de jovens e adultos. Atirou aos Municípios! E nenhum
centavo! Não foi de nenhuma forma responsabilizada a União. Então, é trágica
realmente a situação.
A
outra questão é a da participação. É importantíssima a questão da participação
na feitura do Orçamento, porque quem participa cria uma expectativa de
atendimento e quem participa tem o compromisso de fiscalizar. Vejam como é
importante.
Quando
eu fui para Santa Rosa, o que acontecia? Quando eu fui para Santa Rosa, não
tinha um calçamento nas ruas, tinha um posto de saúde e a cada ano, desde 78,
calçavam uma rua em época de eleição. Era isso que acontecia. Então, a
discussão do Orçamento Participativo fez com que se invertessem as prioridades.
Quero
dizer aos Srs. Vereadores, para encerrar, de que, hoje, não discutir a questão
nacional, a crise que está colocada neste País por causa deste projeto
neoliberal, é uma omissão suicida, porque se omitir diante desta questão
Nacional é querer destruir o Município. Qualquer que seja, não precisa ser
Porto Alegre, qualquer Município brasileiro, é uma omissão suicida inaceitável.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Sr. Presidente, este período de Pauta
Especial, ele foi criado para que nós possamos discutir o Orçamento do
Município. As questões nacionais têm outros momentos para serem discutidas,
momento de Comunicações, momento de Grande Expediente, momento de Liderança é
das Bancadas. O momento de Pauta Especial para os Vereadores que estudam o
Orçamento é para discutir o Orçamento. Quem não estuda o Orçamento, vem falar
de questões nacionais. Aí fica difícil.
O SR. PRESIDENTE: Perfeitamente, Vereador. E esta Mesa
sempre tem alertado.
O
Ver. Adeli Sell está com a palavra no período da Pauta Especial.
O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Sras. e Srs. Vereadores,
Ver. Luiz Braz: segurança, sim; violência, não. É um debate, é uma luta, mas,
aqui, agora, é o Orçamento de Porto Alegre. Vamos ao Orçamento, aos números, ao
debate e, espero, a conclusões positivas para a Cidade de Porto Alegre.
Temos
um Orçamento, Ver. João Dib - e está falando um Vereador que tem orgulho de
pertencer ao Partido dos Trabalhadores, nestas três últimas administrações -
que é muito pouco, é um Orçamento curto, tanto que o Ver. Elói Guimarães traz
um problema de suma importância. Diminuíram as receitas do Departamento de
Esgotos Pluviais. É um problema, mas quero alertar para a seguinte questão: no
Orçamento de 1999, portanto deste ano, tínhamos embutidos - se não me falha a
memória - três financiamentos da Caixa Econômica Federal, aprovados no ano
passado. Dez milhões de reais é um bom dinheiro, mas, evidentemente, Porto
Alegre precisaria muito mais, porque aqueles que são conhecedores da nossa
Cidade, Vera. Lenora Ulrich - a sua presença aqui há de confirmar, já que foi
diretora desse Departamento de Esgotos Pluviais - sabem que Porto Alegre tem
uma construção que em muitos lugares é abaixo do nível do rio Guaíba, e temos
um trabalho que foi feito começando no São Geraldo e indo em direção à Zona
Norte, uma parte da Assis Brasil, que está sendo construído com o dinheiro
deste Orçamento. É claro que nos preocupa, porque teríamos, por exemplo, que
fazer algumas drenagens aqui, ao lado da Câmara Municipal, que o Ver. João Dib
conhece muito bem, para que possamos ter um terminal turístico, que é uma das
discussões que estamos levando e que, talvez, com as verbas do turismo,
possamos adequar essa questão, falta um local, vamos ter que ver como resolvemos
do outro lado.
Portanto,
V. Exa. está certo, no entanto, não temos nenhum acordo, nenhum contrato
firmado com a Caixa Econômica para novos investimentos nesta área. Até diria,
Ver. João Dib - e creio que V. Exa. será parceiro, assim como também o Ver.
Elói Guimarães - que devemos fazer uma mobilização para que a gente possa
recuperar esses 40% perdidos, porque poderíamos estar fazendo um novo
financiamento e, pari passu, como tem
acontecido nos últimos anos, ir pagando, até porque a Cidade só melhora, só
avança, quando tem dinheiro para investimento. O Ver. João Carlos Nedel, que
não é da minha Bancada, com quem tenho confrontos permanentes aqui, tem razão
quando diz que o turismo não é um gasto, que a publicidade com turismo não é um
gasto. É, na verdade, o que o Ver. João Carlos Nedel tem dito: um investimento.
O Sr. João Dib: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Nobre Ver. Adeli Sell, gostei que voltamos a discutir os números e
V. Exa. o faz com competência, É por isso que, quando V. Exa. fala nos gastos
do pluvial, eu diria que o DEP, no passado - e a Dra. Lenora Ulrich não era sua
diretora, porque, senão, teria gasto esse dinheiro -, devolveu cinco milhões e
duzentos mil reais, sem utilizá-los, aparentemente, porque Porto Alegre não
tinha problemas. Mas, quando V. Exa. fala nesses gastos pluviais, com
financiamentos, eu me lembro, aqui, no Orçamento, as Receitas de Capital que
para este ano de 1999 estão previstas em 81 milhões de reais. Mas só se
realizaram, até setembro, 17% e, até dezembro, vai ser 19, 20%, como todos os
anos.
O SR. ADELI SELL: Em qual item, Vereador?
O Sr. João Dib: Receitas de Capital, exatamente. V. Exa.
está dizendo que a Caixa Econômica não emprestou, mas aquelas obras do 4º
Distrito foram feitas com financiamento da Caixa Econômica Federal, aprovado
por esta Casa. Mas as Receitas de Capital que estão incluídas no Orçamento,
essas, há vários anos, não se realizam, e eu não sei como é que no final até
superávit dá.
O SR. ADELI SELL: Bom, eu tenho algumas dúvidas sobre essa
última informação de V. Exa. Eu me comprometo, inclusive, já que o Orçamento é
votado pelos cinco Vereadores da Comissão de Economia e Finanças, na qual V.
Exa. e eu temos assento, que vamos discutir. Eu não vou-me manifestar sobre
esse dado porque quero estudar melhor essa questão. Eu só queria discordar de
V. Exa. no seguinte: aqui existe um release
de imprensa, da última Sessão, onde V. Exa. diz que “A Prefeitura nos
apresentou uma peça de ficção.” Não, Vereador, se fosse até uma peça de ficção,
nós estaríamos tratando de um romance. As beleza da Cidade, se tratássemos, aí,
de uma publicidade, essa, sim, seria do turismo e da cultura. Nós podemos ter
diferenças, mas V. Exa. sabe muito bem, pois já foi Prefeito, que há
determinadas previsões que estão dentro de um determinado parâmetro; muda a
moeda, pode mudar esse parâmetro. E nós tivemos algumas mudanças nos últimos
anos, então, estamos, muitas vezes, navegando em águas um tanto quanto turvas.
Queria, então, apenas contrapor-me a essa questão.
A Sra. Lenora Ulrich: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Aduzindo a informação que o nobre Vereador esclarece à Câmara e aos
ouvintes, gostaria, também, de lembrar que tínhamos não só a intenção de
contratar esses recursos que foram cortados em nível Federal, como, também,
tínhamos recursos internacionais, que estavam anexados na proposta da III
Perimetral. A Prefeitura de Porto Alegre, quando eu participava do Executivo,
tinha recursos, em contrapartida, tinha condições de buscar recurso maior para
a III Perimetral, englobando várias e grandes obras de drenagem - entre elas o
Arroio Cavalhada -, e fomos obrigados a cortar essas obras, porque a COMFIEX -
Comissão de Financiamento do Exterior, em Brasília, que também demorou amplo espaço
de tempo para fazer a liberação da negociação dos recursos internacionais,
obrigou-nos a buscar menos recursos do que aqueles que eram a capacidade de
endividamento de Porto Alegre.
Portanto,
vários setores da população de Porto Alegre viram seus sonhos de terem suas
obras realizadas mais uma vez postergados para um futuro que esperamos não seja
distante. Havia recursos assegurados, contrapartidas, capacidade de
endividamento do Município, e o Governo Federal, através da sua Comissão de
Financiamento e dos setores que analisam, cortaram esses recursos.
O SR. ADELI SELL: Obrigado, Vereadora.
Eu
não podia, nessa última Sessão de Pauta Especial do Orçamento, deixar de tratar
um ponto especial do Fundo Municipal de Compras Coletivas - FUNCOMPRAS, e queria
falar diretamente aos Vereadores da Comissão de Economia. Vou solicitar a
presença das pessoas responsáveis por esse item, porque o considero
extremamente importante. Eu vejo que temos um valor bastante substantivo: 200
mil reais. Eu acho que nós, Vereadores, devemos acompanhar melhor esse Projeto,
inclusive opinar junto ao Executivo e, de repente, uma reunião com mais
Vereadores poderia promover avanços nesse item.
Não
poderia, também, deixar de comentar, Ver. João Dib, o FUNMERCADO, que possui,
hoje, uma verba substantiva de 840 mil reais, creio que necessária. Temos que
continuar esse debate sobre o FUNMERCADO, porque queremos ver as lojas ainda
não locadas ocupadas num período mais recente possível. Sendo assim, teremos
uma nova revitalização, já que temos a revitalização do Mercado Público e
outras tantas.
Queria
voltar ao tema da semana passada, que são o Fundo da Criança e do Adolescente e
o Fundo Municipal de Desenvolvimento Esportivo. Hoje, tive o prazer de dialogar
com a Promotora Dra. Júlia Martins, da Criança e do Adolescente e, ontem, com
vários órgãos dos Conselhos Tutelares, Vera. Saraí Soares, e nós devemos ver
programas que se unem, porque nós temos um fundo não suficiente para a criança
e um fundo menos suficiente para o desenvolvimento do esporte, da recreação e
do lazer, e agregaríamos os fundos da área da Cultura para que pudéssemos ter
programas que se completassem uns aos outros, para que pudéssemos fazer um
trabalho mais efetivo como tirar as crianças da rua e, assim, sem dúvida nenhuma,
nós diminuiríamos a delinqüência juvenil e não precisaríamos discutir o tema
proposto pelo Ver. Pedro Américo Leal, antes, quando falou pela Liderança do
seu Partido. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nereu D’Ávila): O Ver. Fernando Záchia está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, queria
falar sobre o Orçamento, mas eu não estava inscrito, então aproveito o tempo de
Liderança do meu Partido para dizer que me surpreende que na peça orçamentária
para o ano que vem esteja prevista, somente para a construção de novas praças e
novos parques na Cidade de Porto Alegre, a verba de 155 mil reais. Ora, 155 mil
reais para serem construídas novas praças e novos parques que já existem na
Cidade, mas que não têm a infra-estrutura, não têm a condição da utilização
pela população da Cidade de Porto Alegre!
Vejamos,
362 mil reais para a conservação daqueles parques e daquelas praças já
existentes. Cada vez mais essa relação do Município em parceria com a
iniciativa privada. para que possamos ter essas praças conservadas, começa a
diminuir, pela crise econômica em que o nosso Estado e a nossa Cidade se
encontram.
A
Cidade de Porto Alegre e os seus munícipes dependem bastante dos investimentos
oriundos do Município para que possamos ter a conservação dessas praças, bem
como construir mais praças e parques.
Dou
aqui um exemplo, Ver. Guilherme Barbosa, é extremamente importante. Existe, na
Av. Neuza Brizola, na continuação da Av. Nilópolis, uma praça denominada por
esta Câmara como Praça André Forster, que está abandonada.
Por
diversas vezes, nós entramos em contato com o Secretário do Meio Ambiente, Ver.
Gerson Almeida, o qual tem a preocupação de que a Cidade necessita daquela
praça em condições. Mas a alegação, correta, legítima, é a de que aquela praça
é uma das escolhidas pelo BIRD, nos investimentos da III Perimetral, que eles
denominam de verbas compensatórias, onde o Município tem a obrigatoriedade de
dar condições para que eles possam investir em praças localizadas próximo à III
Perimetral, para que seja investido no verde, na questão da melhoria da
qualidade de vida.
Sendo
essa verba compensatória destinada somente no final da obra, enquanto não se
conclui essa obra, que deverá levar, naquele trecho, mais de um ano, aquela
praça está abandonada. É uma praça bem localizada, da qual a Cidade de Porto
Alegre tem a necessidade de utilização.
Mas
o que surpreende este Vereador e, certamente, surpreende todos que por ali
transitam, é que na praça existe um quiosque, com diversas mesas de bar, com
churrasqueira e com uma caminhonete em cima da praça. A praça, que já não é bem
conservada, pela utilização irregular de um quiosque, cada vez mais, fica sem
condições.
Isso
surpreende este Vereador, porque é uma avenida pela qual passa não só este
Vereador mas, certamente, o Secretário Municipal, o Secretário da SMIC ou os
fiscais que, às vezes, atrapalham aqueles comerciantes que estão dentro das
leis, mas, por uma dificuldade numa documentação ou outra, são multados pelos
fiscais que vão lá e fazem com que não possam ter a sua atividade exercida
dentro de uma normalidade.
O
que surpreende este Vereador é que esse quiosque inicia as suas atividades às
18 horas, indo até as 2 horas da manhã.
É
montada, Ver. Guilherme Barbosa, uma estrutura, com churrasqueira e com doze
mesas de bar - dei-me o trabalho de contar
- com cadeiras, e as pessoas sentam em cima da praça. Ora, esse
comerciante, que arrecada bastante, não deixa um tostão para os cofres municipais,
porque está trabalhando lá de maneira irregular, não deixa um tributo, não gera
um emprego, tudo funciona de maneira informal. Compete às autoridades, às
secretarias que fazem a fiscalização, tentar normalizar essa situação. Se a
praça não é construída porque os recursos são poucos - 155 mil previstos para
todo o ano de 2000 e para toda a Cidade de Porto Alegre -, se a referida praça
não está em estado ideal para sua utilização, pior ainda fica com a utilização
indevida feita por esse comerciante, e sob as vistas dos nossos fiscais, que
não fazem absolutamente nada com relação a isso.
Parece-me
que não é correto, que não é normal que, por parte do Executivo Municipal, com
as suas devidas secretarias, não seja tomada nenhuma atitude, continuando, esse
comércio, a funcionar de maneira irregular, e ainda deixando a praça num estado
cada vez pior. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem): Eu não quero interromper V. Exa., Sr.
Presidente, mas quero comentar a informação que recebi de V. Exa. de que há
interesse, por parte da Casa, em que, de imediato, se passe para a Ordem do
Dia, já que há matérias a serem definidas.
Eu
teria o ensejo de fazer uma Comunicação de Líder, e gostaria de tê-lo feito,
porque não pude participar do debate a respeito do Orçamento e impressionam-me
muito os dados que o Ver. Dib me entregou. Penso que não vai faltar
oportunidade de se analisar, no período de discussão, essa subestimação
absoluta que foi feita à receita municipal com relação ao Orçamento do ano
2000.
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Hélio Corbellini está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. HÉLIO CORBELLINI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, uso
estes cinco minutos para cumprir uma tarefa que o meu Partido determinou. Serei
breve.
Francisco
Xavier da Costa, gráfico, jornalista, militante socialista, introdutor das
idéias marxistas entre os operários de Porto Alegre, fundador do Partido
Socialista Riograndense; comandante da greve geral de 96; fundou vários jornais
operários; participou da fundação de mais de uma dezena de entidades de
trabalhadores em Porto Alegre.
A
capa deste livro é um pôster de 1905 do Francisco Xavier da Costa, que foi o
primeiro Vereador socialista operário desta Câmara de Vereadores.
Passei
às mãos dos Srs. Vereadores um convite para o lançamento deste nosso livro que
conta de forma visual “Um Século do Socialismo nos Pampas”, do companheiro
jornalista João Batista Marçal.
Faço
isto em meu nome, em nome do nosso Líder Ver. Carlos Alberto Garcia, que
homenageará esta Câmara Municipal, passando um livro às mãos do Presidente
Nereu D’Ávila.
Nós
pretendemos fazer o lançamento do livro na sexta-feira, dia 22, às 17h30min,
com um coquetel no mezanino do Mercado Público. Convidamos todos os Vereadores
democratas para prestigiar essa história visual, onde se tenta demonstrar a
influência que o nosso Partido já teve em 100 anos de história, aqui neste
Estado.
Em
dois minutos irei fazer, Sr. Presidente, algo que não é do meu feitio: vou
criticar nesta tribuna, um Vereador, nominando o Vereador. Vou criticar, e esta
crítica não tem nada a ver com o seu Partido: é o Ver. Cyro Martini. Nós
consideramos desleal, oportunista e, principalmente, corporativista, o ataque
que ele fez, na segunda-feira que passou, contra o homem honrado que é Paulo
Bisol. Um homem que tem a coragem de dizer o que está dizendo; um homem que tem
a coragem de dizer que as corporações da Brigada Militar e da Polícia Civil têm
que ser unificadas; um homem que tem a coragem de dizer o que muitos
companheiros de esquerda queriam há muito tempo dizer; e um homem que quer
fazer da segurança pública, como nós viemos aqui dizer todo tempo: uma
segurança cidadã, onde o eixo dessa segurança seja a defesa, a vida do cidadão
e não a defesa do patrimônio daqueles que têm. Não aceitamos, porque o nosso
Partido nunca - e tem como ética e procedimento - levanta críticas a pessoa.
Estamos dispostos, como sempre dizemos aqui, a discutir a política de
segurança. Mas não toleramos quando são feitos ataques pessoais, venham de que
lado vier, porque o nosso Partido critica e propõe: política pública. É
difícil, eu sei que é, tem equívocos, é possível que sim, mas nós só podemos
construir se tivermos essas disponibilidade e essa fraternidade. Não aceitamos
e repudiamos a atitude do Ver. Cyro Martini. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador. )
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, por
força do Regimento da Casa, mesmo querendo colaborar com a questão do andamento
da Ordem do Dia, na Liderança do nosso Partido, PSDB, não podemos abrir mão
deste espaço, sobretudo quando queremos e precisamos, no nosso entendimento,
nos expressar a respeito de temas que envolvem a Cidade, envolvem as questões
políticas de um modo geral.
Eu
quero aqui enfocar algumas questões, alguns comportamentos, especialmente do
Executivo Municipal, que estão me preocupando. Preocupam-me cada vez mais,
porque, no meu entendimento, definem um comportamento absolutamente
autoritário, que às vezes alguns companheiros, e eu, inclusive, já
classifiquei, como fortemente tendente a um fascismo de quem ocupa o Governo.
Não que as pessoas sejam fascistas, mas os comportamento são claramente
indicadores de comportamentos fascistas.
Eu
quero registar, em primeiro lugar, a minha tristeza, e vou voltar a esse
assunto na próxima sexta-feira, pelo despejo dos companheiros da Terreira da
Tribo no final desta semana. Esta Cidade realmente está de luto, mais um
comportamento fascista, uma Secretaria que não aceita divergências, que tem até
uma espécie, que eu diria, de vingança particular contra um grupo de teatro,
porque eles ousam não pensar igual à cartilha; eles, embora na extrema
esquerda, ousam não serem cooptados pela política da Secretaria Municipal de
Cultura. Então, deixe eles serem despejados; não interessa se o Orçamento
Participativo aprovou verbas para eles; não interessa se o Orçamento
Participativo quer que se resolva a situação: o Governo bate pé e prefere que a
Terreira da Tribo seja despejada. E a Terreira vai ser despejada domingo, e
esta Cidade vai ficar muito mais pobre, e vai ser muito difícil para o PT
explicar, o Partido dos Trabalhadores, o Partido da esquerda vai deixar o Grupo
mais caracteristicamente de esquerda, mais caracteristicamente democrático ser
posto para a rua, porque o Partido dos Trabalhadores e o seu Governo não quis.
Essa é a palavra única: não quis fazer nada, por birra, por raiva, por
vingança; isso é fascismo.
Também
é fascista, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o pronunciamento lamentável do
Sr. Prefeito Raul Pont, hoje de manhã, na Rádio Guaíba. Lamentável. Aliás,
ecoando o que está no Correio do Povo de hoje, na página dois. Ele não admite
que a Assembléia Legislativa faça um debate paralelo ao Orçamento
Participativo; só o Orçamento Participativo tem o direito de debater, a
Assembléia não tem, os cinqüenta e cinco Deputados eleitos não têm. Aliás, não
sei por que o Prefeito está se metendo num assunto do Estado. Talvez porque
ele, fascistamente, sim, como Presidente do COREDE Delta do Jacuí, negou-se a
fazer aquilo que todos os presidentes de COREDE tinham que fazer: convocar
reuniões. Não o fez, e não o fez com autoritarismo. Tem que ficar registrado isso
com absoluta clareza neste Plenário, e o debate está aberto. E gostaria desse
debate.
O
terceiro comportamento lamentável e profundamente autoritário: hoje de manhã,
repetindo o comportamento de ontem, a EPTC apressou-se a colocar os seus
agentes azuizinhos e a Brigada
Militar para impedir que os trabalhadores da CEASA chegassem ao Palácio
Piratini para protestar. Não me lembro de o Governador Britto ter usado a
Brigada Militar para impedir o CPERS ou a CUT ou para impedir que muitas vezes
companheiros do PT chegassem na frente do Palácio Piratini para esbravejar e
criticar o governo. Ao contrário. Pois hoje de manhã, Brigada e azuizinhos foram chamados, não para
escoltar, mas para desviar - e esse foi o tom, o teor da nota e das informações
pelos rádios durante toda a manhã. Desviaram o protesto. Impediram o protesto
na frente do Palácio Piratini. Isso é fascismo, isso é autoritarismo; é,
sobretudo, desrespeito àqueles companheiros da base do Partido dos
Trabalhadores pelos quais continuo tendo profundo respeito, mas que devem se
sentir frustrados com o comportamento do Governo Estadual e do Governo
Municipal. Se quiserem pedir o Código de Ética por algum adjetivo, por favor,
vou propor um desafio: quantas vezes se agrediu o Presidente Fernando Henrique desta
tribuna, e quantas vezes temos feito críticas ou ao Prefeito ou ao Governo do
Estado? Quem ganhar, agüenta o Código de Ética. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Vera. Maristela Maffei está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
novamente o Ver. Antonio Hohlfeldt teve mais uma crise de personalismo, como
ocorreu na última vez, quando, fez declarações, sem antes perguntar o que
realmente estava acontecendo e, depois, recebeu, foi desmentido nesta tribuna.
Ver.
Antonio Hohlfeldt, nós temos uma posição política de não repassar a nenhum
grupo, em particular, verbas públicas, principalmente, Vereador, sendo, como
disse V. Exa., um grupo de esquerda. Imaginem, se nós privilegiássemos um grupo
de esquerda; seríamos alvo de ataques! Nós não temos uma política de
privilegiar absolutamente nenhum grupo, independente de questões culturais.
Como nós, Administração Popular de Porto Alegre, vamos repassar verbas para todos
os grupos que necessitam e que são importantes nas atividades culturais de
nossa Cidade? Deve ficar claro para a população que nós trabalhamos com
seriedade, não estamos aqui para brincar.
Ver.
Antonio Hohlfeldt, na questão da CEASA, a grande maioria das associações e
entidades, lá envolvidas, são favoráveis e foi construída uma política junto
com essas associações. O que existe lá é um grupo de atravessadores,
mal-acostumados, politicamente, como vemos na história deste Estado, que tinha
regalias, atravessadores fazendo picaretagem política. Hoje nós acabamos com
esse tipo de prática em nosso Estado.
Agora
vou abordar um outro tema, porque, realmente, temos que prestar a atenção. Vou
encaminhar a esta Casa um requerimento dirigido à Assembléia, solicitando a
informação sobre a quantidade de verbas que está sendo utilizada para o chamado
Fórum Democrático do nosso Estado. O que aconteceu aqui, ontem, foi uma reunião
partidária, promovida, solicitada pelo PMDB. Os trabalhos foram abertos pelo
Ver. Isaac Ainhorn, que recebeu a comunidade. que aqui esteve, uma reunião
direcionada, não pelo Ver. Isaac Ainhorn, mas conduzida pelos que aqui estavam
de forma partidária. As inscrições eram feitas por militantes do PTB e do PMDB,
que estavam identificados com adesivos daqueles partidos. Houve pessoas que não
tiveram espaço para aprofundar nenhuma discussão. E chamam isto de democracia!
E, imediatamente após a apresentação das emendas, estas eram colocadas em
votação, sem espaço democrático para aprofundar qualquer discussão. Quando
apresentavam as emendas, não diziam de onde viria o orçamento, nem qual
secretaria seria remetido, sem seriedade, sem princípios. E mais, se alguém se
posicionasse de modo contrário à posição da “orquestra” que se deu aqui, era
ovacionado e constrangido, como eu fui nesta Casa. Sou Vereadora eleita pela
população de Porto Alegre, igual a qualquer outro Vereador. Fui, profundamente,
constrangida na Casa em que trabalho, onde defendo a população deste Município.
Não podemos aceitar este tipo de constrangimento dentro da Casa do Povo de
Porto Alegre. Como se isso não bastasse, duas pessoas foram agredidas dentro
desta Casa por militantes que aqui estavam, xingando, constrangendo as pessoas
que se posicionavam de forma contrária. Basta ler a Zero Hora de hoje onde,
claramente, aparece um militante dando socos em outra pessoa. Portanto, o que
ocorreu nesta Casa, ontem, foi uma vergonha para aquilo que é chamado de fórum
democrático. Aqui, houve uma patifaria por de partidos, que vieram, simplesmente,
fazer demagogia eleitoral. Esta Vereadora foi, profundamente, agredida e não
poderia deixar de ocupar este espaço e lamentar, porque Porto Alegre não merece
esta vergonha.
Finalizando,
gostaria de dizer, mais uma vez, que estou encaminhando uma reivindicação à
Mesa, solicitando à Assembléia Legislativa a prestação de contas, de onde sai o
dinheiro para esses gastos, de que forma está sendo utilizada essa verba
pública, o dinheiro do nosso Estado que está sendo canalizado para coisas que
não estão claras, onde partidos políticos estão se valendo desse valor que é
nosso. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
A SRA. HELENA BONUMÁ (Requerimento): Foi lamentável o fato ocorrido nesta
Casa, ontem, com atitudes de violência, o que não é da tradição desta Câmara de
Vereadores. Não podemos deixar passar isso, porque significa um precedente
extremamente grave. Eu considero que esta Câmara de Vereadores foi
desrespeitada e agredida na medida em que, no seu interior, houve essa
violência. Eu solicito que a Comissão de Direitos Humanos desta Casa apure os
acontecimentos de ontem, para que possamos responsabilizar e tomar as medidas
necessárias, até para que sirva de exemplo e não mais ocorram fatos lamentáveis
como esse, que vem contra a nossa Câmara e contra a democracia que nós, aqui,
propugnamos. Muito obrigada.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente, sem nada a opor à questão
que a Vera. Helena Bonumá coloca, se assim entender, depois, o Presidente da
Comissão, eu apenas queria lembrar que o ato que aconteceu, aqui, na Câmara,
não foi um ato da Câmara. A Câmara apenas cedeu o seu espaço para um ato, assim
como tem cedido para dezenas de realizações do Orçamento Participativo, sem que
tenha nenhuma outra responsabilidade. Isso tem que ficar bem claro, porque,
assim colocado, parece que foi um ato da Câmara. A Câmara não promoveu, apenas
sediou e esta diferença tem que ser feita, sem prejuízo da preocupação da Vera.
Helena Bonumá ou dos encaminhamentos, mas é bom que fique bem frisado.
O SR. PRESIDENTE: Absolutamente claro. E mais, ainda, a
Vera. Clênia Maranhão, que neste momento não está presente no Plenário, teve a
gentileza de me procurar, no Gabinete, à tarde, para dizer que, sob o ponto de
vista dela, o ato teria uma conotação mais formal, porque já havia sido
confirmado a presença dos COREDES e solicitou, inclusive, a minha presença. Eu
disse-lhe que estava com a agenda bastante complicada e sugeri o nome do Ver.
Isaac Ainhorn, que não só é da Mesa, como tem laborado nessas questões do
Orçamento Participativo. O Ver. Isaac Ainhorn já se encontrava em casa e se
predispôs a voltar para a Câmara, embora também tivesse compromissos à noite,
para que o ato não ficasse solto. Agora, isso não quer dizer que era um ato da
Câmara e que todas as vezes em que o Plenário foi solicitado, por “n”
situações, nós cedemos.
Então,
se houve fatos desabonatórios, como vi numa foto de um jornal, é constrangedor,
absolutamente lamentável; mas, são atitudes que ofuscaram o ato, que deveria
ser tranqüilo. Agora, a Câmara, como instituição, não tem nada a ver com essa
situação.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, V. Exa. com correção, e é
natural, não poderia ser de outra forma, historiou os fatos que redundaram na
solicitação a este Vereador, na condição de integrante da Mesa, para que
coordenasse os trabalhos de uma assembléia popular. Cheguei aqui, tomei
conhecimento do Regimento, que prevê as opções legais de uma Resolução da
Assembléia Legislativa, que estabelece a hierarquia do Prefeito, das câmaras
municipais e dos coordenadores dos COREDES para coordenar as assembléias
populares. Foi dentro dessa linha que assumi a coordenação dos trabalhos.
Solicitei a três colegas Vereadores, respectivamente a Vera. Clênia Maranhão,
Ver. Antônio Losada e Ver. Elói Guimarães para que secretariassem, na forma do
Regimento do Fórum Regional de Desenvolvimento. Tomei essa providência e
convidei todos os Vereadores para integrarem a Mesa e nominei a presença de
mais ou menos seis ou sete Deputados Estaduais que estavam presentes nesta
Casa. Comuniquei ainda, e V. Exa. era ciente disso, que eu tinha um compromisso
mais tarde. Comprometi-me em presidir a Sessão até às 21 horas. Foi o que,
efetivamente, aconteceu. Após às 21 horas eu passei a coordenação dos trabalhos
à Vera. Clênia Maranhão.
Quero
registrar, a bem da verdade e da clareza dos fatos, que no período em que eu
coordenei os trabalhos, nesta Casa, com este Plenário totalmente lotado, com a
presença de diversos Vereadores, que se fazem presentes neste momento, dentre
eles a Vera. Sônia Santos, o Ver. Jocelin Azambuja, o Ver. Gilberto Batista, o
Ver. João Carlos Nedel, o Ver. Elói Guimarães, a Vera. Maristela Maffei, aqui
dentro não houve nenhum fato desabonatório. No interior deste Plenário, os
trabalhos transcorreram de forma totalmente normal, com posições, inclusive,
contrárias, mas foram respeitados os posicionamentos de cada um. Em determinado
momento, houve um apupo a Vereador e solicitei o respeito ao orador da tribuna,
no que fui atendido imediatamente pela assistência que lotava esta Casa. Não
pedi carteirinha e identificação de ninguém aqui dentro, para saber se era de
tal ou qual partido. Não me competia fazer, até porque não é da natureza deste
Vereador procedimento preconceituoso. Muito obrigado.
A SRA. HELENA BONUMÁ: Quero reafirmar que o meu requerimento
foi no sentido de que considero que esta Casa foi agredida, e não promotora da
violência, ou acobertadora da violência, conforme o Ver. Antonio
Hohlfeldt entendeu. Esta
Câmara foi agredida, porque não é da sua prática que se acoberte violência aqui
dentro. Sofremos violência como Câmara, como instituição, porque houve caso de
espancamento aqui dentro e temos que apurar o fato, para que isso não sirva de
exemplo.
O SR. PRESIDENTE: Nobre Vereadora, acolhi o Requerimento de
V. Exa., mas agora V. Exa. utiliza um termo que não soa bem - que “acobertamos”
-; ninguém quis acobertar nada, pelos relatórios, não houve acobertamento por
parte da Instituição. Vou pedir ao Ver. Hélio Corbellini, Presidente da
Comissão, que faça uma averiguação exata dos fatos. Apenas solicito a V. Exa.
para que não use termos que não são adequados, dizendo que nós “não acobertamos
a violência”, o que dá a impressão de que a Mesa acobertou, e não é verdade.
Por isso, solicito ao Ver. Hélio Corbellini que averigúe que tipo de fato
ocorreu.
Acolho
o Requerimento de V. Exa.
O SR. GILBERTO BATISTA: Sr. Presidente, eu estava nessa Sessão
Plenária e no meu entendimento não há nada para ser averiguado. A Câmara
Municipal de Porto Alegre apenas cedeu o espaço. Se houve algum problema foi
com militantes, mas a Câmara não tem nada a ver com esse fato, pois apenas
cedeu o espaço para que pudesse ser realizado esse evento.
O SR. PRESIDENTE: A Vereadora tem direito de requerer, e
até para desonerar esse tipo de suspeição de que alguém acobertou alguma coisa,
peço à Comissão que a Vereadora requereu, que faça uma preliminar averiguação
dos fatos.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, tenho procurado não
participar desses debates, porque penso que são absolutamente inócuos, mas
falta fundamento para esse Requerimento, Sr. Presidente, porque quem coordenou
os trabalhos, o Ver. Isaac Ainhorn e os demais Vereadores, são responsáveis
pelas coisas que ocorreram neste Plenário, se fora deste Plenário, se em alguma
dependência da Câmara aconteceu alguma desinteligência de quem quer que seja,
não podem responsabilizar quem quer que seja. Desinteligência nos corredores da
Câmara ocorrem todo dia, a todo momento, e nem por isso a Comissão de Direitos
Humanos é acionada, por isso eu digo que falta fundamento para esse pedido. A
não ser o fundamento de querer criar uma situação que efetivamente não ocorreu
nesta Casa no dia de ontem, na reunião do Fórum Democrático.
O SR. PRESIDENTE: Entendo V. Exa., naturalmente, do ponto
de vista jurídico V. Exa. tem razão. Só que se um jornal de grande tiragem
publicou uma possível agressão, eu gostaria que - e o Requerimento da Vereadora
é no sentido dos Direitos Humanos - o Ver. Hélio Corbellini verificasse essa
hipótese, qual foi a natureza da situação, só isso.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Quando um militante do PMDB foi agredido
na Esquina Democrática, quero tomar como exemplo para a fala do Ver. Reginaldo
Pujol, foi feito um escarcéu, acusaram o nosso Partido, inclusive. Dissemos que
não era o nosso Partido e ficou provado que não era, mas foi acionada, e com o
nosso apoio, a Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos. Ontem,
algumas pessoas foram agredidas dentro desta Casa, como é que a Comissão de
Defesa do Consumidor e Direitos Humanos não vai ser acionada?
O SR. PRESIDENTE: Já foi acionada. Eu já pedi ao Ver. Hélio
Corbellini que atenda a esse Requerimento.
O SR. HÉLIO CORBELLINI: Sim, Sr. Presidente. E que esses
cidadãos que, por acaso foram agredidos, compareçam na Comissão.
O SR. PRESIDENTE: Muito bem. O Ver. Luiz Braz está com a
palavra para fazer uma Comunicação de Líder.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Sras. e Srs. Vereadores,
Senhoras e Senhores, quero, inicialmente, cumprimentar o Ver. Isaac Ainhorn e a
Vera. Clênia Maranhão pelo trabalho que tiveram ontem, na condução daquela
Sessão maravilhosa, histórica, em que a comunidade esteve aqui presente se
manifestando livremente e fazendo com que, democraticamente, as propostas ao
orçamento do Estado pudessem ser encaminhadas. Esses dois Vereadores merecem
todos os louvores desta Instituição.
Quero
cumprimentar todos os Vereadores que estiveram aqui presentes, inclusive,
muitos deles fazendo parte da Mesa diretora dos trabalhos, entre eles, o Ver.
Antônio Losada, que foi um dos secretários, militante do partido petista; o
Ver. Isaac Ainhorn, que já citei, a Vera Clênia Maranhão, o Ver. Elói Guimarães
do meu Partido. Mas, também, estava sentada à Mesa, entre outros Vereadores, a
Vera Maristela Maffei que mereceu, como todos os Vereadores, por parte dos
dirigentes daquela Sessão, chamando-a para um lugar de destaque, fazendo parte
da Mesa e, em nenhum momento foi desrespeitada dentro dessa assembléia. Eu
quero dizer aos senhores que o que houve, fora deste recinto, lá nos corredores,
não foi, na verdade, simplesmente, uma agressão, o que houve foi uma troca de
agressões. A pessoa que agrediu, e nós não respaldamos este ato, porque não
respaldamos nenhum ato de violência, agrediu, porque foi agredida. O militante
petista que saía aqui, deste Plenário, depois de fazer uma série de provocações
aqui dentro, lá nos corredores chamou um sindicalista, que posso identificar,
de “negrão sujo”, e recebeu como resposta uma agressão física. Isto o que
aconteceu. Foi uma troca de agressões. Eu gostaria muito que a Comissão de
Direitos Humanos, aqui, desta Casa, pudesse verificar o ocorrido.
Eu
gostaria, também, que a Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa,
que tem a presença da ex-Vereadora desta Casa e atual Deputada Maria do Rosário,
pudesse verificar aquela agressão sofrida por aquele homem que tentou assaltar
o Governador. Ele não teve a mesma defesa por parte dos Direitos Humanos como
os outros marginais que são defendidos pelo PT. Ele não teve a mesma
consideração! Ele foi espancado pela Polícia Civil! Ele foi esmagado por
aqueles que são mandados pelo PT! O PT mandou esmagá-lo. Lá estava aquele homem
sangrando! Lá estava aquele homem caído! E, muito embora, o Ver. Pedro Américo
Leal - o meu querido amigo, Ver. Pedro Américo Leal - tenha manifestado desta
tribuna que para ele o marginal tem é que ser tratado desta forma, Vereador,
não concordo com V. Exa, porque outros marginais deste Estado não são tratados
assim! Os outros marginais deste Estado recebem a proteção do PT! Os outros
marginais deste Estado recebem toda a consideração do Partido dos
Trabalhadores! Por que somente aquele é que não pode receber a mesma defesa?
Por que somente aquele foi tratado com desigualdade?
Então,
nós somos contrários a todo o tipo de violência! Nós somos contrários a
violência que foi praticada contra o sindicalista que foi chamado de “negrão
sujo”. E somos contrários a violência que foi praticada, também, no decorrer
desse episódio. Mas temos que manifestar contrariedade também à atuação da ex-Vereadora
e atual Deputada Estadual Maria do Rosário que, de uma forma desigual, trata as
pessoas que estão no mesmo patamar. Ela finge defesa daqueles que, normalmente,
caminham por esse terreno da marginalidade, mas quando alguém do seu Partido é
atacado, aí, não, Eu não vi uma só manifestação! Eu não ouvi uma voz petista!
Aliás, como eu nunca ouço as vozes petistas se manifestando. Eles são falsos
defensores! Falsos moralistas! São, na verdade, mentirosos, enganadores desta
população.
E
por isso, vão ver, o ano que vem, o que essa população vai fazer. A população
já não agüenta mais continuar no Paço Municipal com esses que apenas enganam a
população. Muito obrigado!
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a
palavra em Comunicação de Líder.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, V Exa.
é testemunha de que, há uma hora ou meia hora, nós havíamos anunciado que declinaríamos de usar a Comunicação de
Líder em função de sabermos que há pessoas aguardando a votação de Projetos,
que estão na Ordem do Dia, desde muito cedo. Os fatos que se precipitaram
impõem a nossa presença na tribuna. Nós participamos de 70% da reunião de
ontem, não estávamos no início dos trabalhos; quando aqui chegamos, quem
presidia a Mesa era o Ver. Isaac Ainhorn, e nos é informado que o Vereador
estava credenciado para tanto pela Direção da Casa. Junto a ele vi inúmeros
Vereadores das mais diversas Bancadas, o que dava o sentido da multiplicidade
de representação, que entendo que o fórum democrático tenha que ter. Sentei no
Plenário e fiquei até o final dos trabalhos, vi serem votadas inúmeras
propostas, vi propostas serem sustentadas por pessoas que, da tribuna, se
declaravam filiadas ao Partido dos Trabalhadores, integrantes do Orçamento
Participativo. Eu até votei favoravelmente a algumas dessas propostas e fui
derrotado, junto com o representante da Restinga no Orçamento Participativo,
que propunha recursos para obras específicas na Vila Restinga, é evidente que
obteve o meu apoio. Eu assisti a alguns bate-bocas, mas, em nenhum momento, dentro deste Plenário, onde se
realizava a reunião do fórum democrático, houve qualquer acontecimento que
pudesse justificar o Requerimento que foi objeto da Vera. Helena Bonumá. A
Vereadora pede que a Comissão de Direitos Humanos averigúe o fato, que agora se
registra, foi uma encrenca que envolveu intolerância e preconceito racial e que
ocorreu fora do recinto deste Plenário.
Nós
deploramos que esse desentendimento tenha ocorrido, porque não achamos que a
força possa resolver nada. Infelizmente, ocorreu e que ninguém pode ser
responsabilizado como culpado. E se alguém teria que ser, seria quem provocou,
injustamente, uma pessoa de cor, chamando-a de negrão, de ladrão pelo simples
fato de ele não estar solidário com a posição que era sustentada. Eu afirmo
isso com a autoridade de quem ficou sentado até o final dos trabalhos com as
pessoas do PT que estavam presentes. Eu fiz questão de sentá-los ao meu lado e
acompanhá-los até a porta da saída, para que não pudesse haver alegação de
ordem nenhuma. O fiz de moto próprio, conheço as pessoas, são sabidamente
militantes do Partido dos Trabalhadores, tenho relacionamento pessoal com eles,
entendo que é um direito deles terem opinião como é um direito nosso também ter
opinião.
O
que parece, Sr. Presidente, é que a Constituição do Fórum Democrático gerou a
possibilidade de se demonstrar que é possível se fazer participação comunitária
nos vários níveis da Administração Pública, inclusive na esfera do Legislativo,
e que essa não precisa ser necessariamente tutelada pelo Partido dos
Trabalhadores. É a primeira reunião que se promove aqui nessa Cidade e que
agora se diz: “mas nessa reunião houve agressões”. Não houve agressões coisa
nenhuma. Na reunião aqui que se realizou e que estive presente até o final, não
houve agressão de quem quer que seja, a não ser discussões, vaias, tudo o que
caracteriza uma assembléia. Só que o PT não está acostumado com reuniões onde
há vaias numa assembléia, porque as reuniões deles são monocórdicas é só um
pensamento que se faz presente. Aqui tinham pensamentos discordantes, e alguma
pessoas quando discordam costumam vaiar. Eu discordo em silêncio, outros
costumam vaiar e é um direito que a pessoa tem de vaiar ou aplaudir. Eu com freqüência
utilizo o meu direito de aplaudir, não uso a vaia, porque acho que é
inconseqüência, mas garanto o direito daquelas pessoas que assim queiram agir
de utilizar esse expediente, porque é uma das decorrências do assembleísmo do
processo democrático da discussão e do debate.
Então,
Sr. Presidente, eu concluo dizendo o seguinte: em homenagem, inclusive ao Ver.
Isaac Ainhorn, em homenagem à Vera. Clênia Maranhão, que coordenaram em fases
distintas a reunião que aqui ocorreu, eu digo a V. Exa. que a audiência já
determinada da Comissão de Direitos Humanos da Casa acerca de incidentes
ocorridos na assembléia do Fórum Democrático só poderá trazer uma conclusão,
não houve incidentes que não fossem suportados democraticamente, e nós
aguardaremos tranqüilamente que a Comissão de Direitos Humanos aproveitando
essa oportunidade averigúe também outras situações, aonde a intolerância está
bem demarcada, de onde partiu e com que finalidade se instalou. Era isso, Sr.
Presidente. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. RENATO GUIMARÃES (Requerimento): Eu também sou membro da Comissão de
Direitos Humanos e o Ver. Luiz Braz subiu à tribuna e trouxe um relato, uma
denúncia muito séria, e que eu acho que o seu pronunciamento deve ser
encaminhado pela Mesa à Comissão de Direitos Humanos para que ela avalie se há
necessidade ou não, de ela prestar esta denúncia à Comissão de Direitos Humanos
da Assembléia Legislativa, pois é referente a um cidadão que foi preso pelas
forças de Segurança Pública do Estado, um cidadão que estava sendo perseguido
por um crime, por um ato infracional e o Ver. Luiz Braz falou que essas forças
da Segurança Pública o esmagaram, o agrediram em seus Direitos Humanos. Se esse
fato trazido pelo Ver. Luiz Braz, coexiste como verdade, gostaria que a
Comissão de Direitos Humanos pudesse avaliar isso, porque essa denúncia é muito
séria e não podemos deixar de trabalhar com ela.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, eu concordo com o Ver.
Renato, porque aquele cidadão que apareceu estampado no jornal, ou estava com
uma pintura muito bem feita para mostrar que ele estava sendo massacrado, ou
realmente, sofreu torturas muito bárbaras. Por isso mesmo, acredito que a
Comissão de Direitos Humanos da Assembléia, e desta Casa, tem que verificar o
que houve.
O SR. PRESIDENTE: Ver. Luiz Braz, pergunto a V. Exa.,
aproveitando, se autoriza que o seu discurso seja recolhido para a Comissão dos
Direitos Humanos para o Requerimento do Ver. Renato Guimarães.
O SR. LUIZ BRAZ: Sempre, os meus pronunciamentos sempre
estão à disposição.
O SR. PRESIDENTE: Então está deferido o Requerimento do
Ver. Renato Guimarães.
Eu
peço que os Srs. Vereadores acionem a sua senha para a verificação de quórum
para entrar na Ordem do Dia.
Havendo
quórum, passamos à
O SR. JOÃO DIB (Requerimento): Sr. Presidente, eu requeiro que seja
submetida à consideração do Plenário a seguinte ordem de votação: pág. 34, PLL
nº 163/99; pág. 30, PLL nº 125/99; pág. 32, PLE nº 026/99; pág. 41, PR nº
051/99; e pág. 35, PLE nº 040/99.
O SR. PRESIDENTE: Eu tenho uma outra listagem, Ver. João
Dib, que eu, como Vereador vou submeter e peço que V. Exa. submeta essa
listagem em meu nome, porque vou defendê-la da tribuna.
O SR. ISAAC AINHORN (Requerimento): Sr. Presidente, o Requerimento que
formulamos em nome de V. Exa. tem o seguinte teor: “Votação dos Projetos de
folhas 34 (PLL nº 163/99), 30 (PLL nº 125/99), 32 (PLE nº 026/99), 33 (PLL nº
155/99), 35 (PLE nº 040/99), 41 (PR nº 051/99), 23 (PLL nº 151/98), 37 (PR nº
027/99), 38 (PR nº 034/99), 12 (PLCL nº 011/98) e finalmente - são todos
projetos rápidos - o Requerimento para a votação da urgência do Projeto de Lei
que regula o sistema funerário na Cidade de Porto Alegre”, eis que retirei o
art. 81 do referido Projeto, considerando que as pessoas estão aguardando uma
solução, durante toda a tarde, dessa matéria.
O SR. PRESIDENTE: Ver. João Dib, é que havia uma indicação
do Ver. Luiz Braz com o Vereador Líder do PT e este Vereador para essa
listagem. Agora, se V. Exa. insiste com a listagem de V. Exa, eu vou fazer a
sustentação, da tribuna, do meu Requerimento.
O SR. JOÃO DIB: Nobre Vereador-Presidente, eu sou um
Vereador que não tem muita suscetibilidade, Sr. Presidente, até quando V. Exa.
não presta atenção no que eu digo, não me sinto prejudicado em nada. Se V. Exa.
prestasse atenção, veria que, dos Projetos que V. Exa. propôs, eu não propus
todos, mas os primeiros que eu aqui coloquei são os seus, de forma que eu não
tenho nada contra V. Exa. E V. Exa. não precisa perder o seu tempo para fazer
sustentação do que pretende. Estar de acordo comigo ou eu não estar de acordo
com V. Exa., não faz diferença nenhuma. Saúde e paz.
O SR. PRESIDENTE: Ver. João Dib, eu peço que V. Exa. também
não admoeste este Vereador, dizendo que não estaria prestando atenção, porque o
assessor do Ver. Carlos Alberto Garcia me dizia que o Projeto da folha 30
deveria ser retirado dessa listagem, porque ainda falta um dado. V. Exa. jamais
merecerá de mim qualquer falta de atenção, porque sempre terei ouvidos para V.
Exa.
O SR. JOÃO DIB: Mas os processos que eu havia pedido aqui
são os mesmos que V. Exa. solicitou na ordem, só que depois V. Exa. colocou
mais do que eu. A ordem é a mesma.
O SR. PRESIDENTE: Obrigado a V. Exa. e vejo que V. Exa. colabora,
também nesse sentido.
Em
votação o Requerimento do Ver. Isaac Ainhorn. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os Vereadores/05
minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
2965/99 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 163/99, de autoria do Ver. Nereu D’Avila, que denomina Rua Dr. Ruy Félix
Teixeira um logradouro público localizado no Bairro Sarandi.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia por força do Art. 81 da
LOM.
O SR. PRESIDENTE: Como o PLL nº 163/99 é deste Vereador, eu
gostaria de encaminhar, por isso, solicito ao Vereador 1º Secretário que
presida a Sessão.
(O
Ver. Adeli Sell assume a Presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Em discussão o PLL nº 163/99. (Pausa.)
Em votação. O Ver. Nereu D’Ávila está com a palavra para encaminhar.
O SR. NEREU D’ÁVILA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, estou
encaminhando o PLL nº 163/99, e o faço apenas por um motivo: desejo pedir
desculpas aos senhores e senhoras presentes, porque tiveram que aguardar por
mais de duas horas a aprovação deste Projeto. Por inadvertência, por questões
legislativas, essas coisas acontecem nos parlamentos. Esse nome de Rua presta
uma homenagem a Ruy Félix Teixeira. A sua viúva, Neli Benfica Teixeira, aqui
presente, recebe nesse momento as nossas homenagens, já que fui amigo por toda
a vida, e, também, vizinho da Duque de Caxias por muitos anos do Dr. Ruy Félix
Teixeira e da Nely Benfica Teixeira. Militamos juntos no movimento leonístico
por vários anos. Saúdo, também, o Silvério Rothfeld, a Leonir Rothfeld, a Alfa
Canosa e o Públio Rothfeld, o Miguel Bresolin e o Sadi Pires, todos do Lions
Club Porto Alegre - Passo D’Areia, todos amigos pessoais deste Vereador.
Quero
dizer que, por iniciativa de V. Sas. apresentamos o nome de Ruy Félix Teixeira, pela sua dedicação aos trabalhos comunitários. Foi funcionário por mais
de trinta anos no Banco do Brasil, e por mais de vinte e cinco anos prestou
serviços à comunidade através do Lions - Passo D’Areia que, aliás, se ofereceu
para esta Casa na semana dos seus 226 anos e que prestou aqui um serviço sobre
prevenção à diabetes. que para nós Vereadores foi útil no sentido de averiguar
questões de saúde. A Casa ficou muito grata pela colaboração espontânea do
Lions Club Porto Alegre - Passo D’Areia.
Eu
quero dizer que o conhecimento que tínhamos de Ruy Félix Teixeira justifica a
nossa indicação e a aprovação para que seu nome faça parte do conjunto de nomes
que designam as ruas e logradouros públicos desta Cidade pela sua vida exemplar
familiar, funcional, comunitária e de convivência fraterna com seus amigos,
como foi o nosso caso.
A
sua viúva, que, aqui, pacientemente aguardou por esse tempo, a nossa saudação.
Tenho certeza de que a homenagem a Ruy Félix Teixeira não é só personalística,
mas tem a dimensão do movimento comunitário que por 30 anos freqüentou e de
todos os serviços que ele sempre estava pronto para fazer em prol dos seus
semelhantes. Atributo esse que considero dos maiores da raça humana: aqueles
que não pensam no seu umbigo, não pensam no seu egocentrismo, não pensam que só
eles são as pessoas que fazem bem ao mundo, não, são exatamente o contrário,
são os altruístas, os que pensam nos outros, os que trabalham pelos outros, os
que, depois que deixam seus empregos, vão trabalhar pelas suas comunidades.
Esse foi Ruy Félix Teixeira.
Por
isso, a nossa homenagem a tão consagrado cidadão, enquanto viveu entre nós. Um
abraço a todos vocês. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra
para encaminhar.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, tenho a
incumbência e a delegação de, também, falar em nome do PPB, Partido Progressista
Brasileiro, cujo Líder, Ver. João Dib, nos delega essa honra. Recebo, também,
informação de que o Partido Socialista Brasileiro, através do Ver. Hélio
Corbellini, nos transfere essa incumbência que, da mesma forma, nos honra.
Em
verdade, o que nos traz à tribuna é que as Bancadas da Casa subscrevem o
pronunciamento do Ver. Nereu D’Ávila. Nós não desconhecíamos, até mesmo pela
Exposição de Motivos que acompanhou o Projeto de Lei, e por muitos de nós
termos tido a felicidade de conviver com o Dr. Ruy Félix Teixeira, todos nós
temos a absoluta consciência de que o Projeto do Ver. Nereu D’Ávila é uma
homenagem que a Casa presta para alguém que, efetivamente, a mereceu. Pelas
suas atividades em clubes de serviços de Porto Alegre, como o Lions Club, mais precisamente,
e por tudo o mais que ele representou como chefe de família, cidadão íntegro
que não perdia a oportunidade de se transformar em agente de ações comunitárias
que, efetivamente, amenizavam situações que precisavam ser enfrentadas, quando
não contribuía para a equação de outras tantas.
Então,
o Partido da Frente Liberal, o Partido Progressista Brasileiro, o Partido
Socialista Brasileiro, como de resto todos os outros partidos - eu não tenho
autoridade para assim proceder, mas me julgo com capacidade para interpretar o
pensamento de todas as correntes com assento nesta Casa - sentem-se muito
honrados, felizes e gratificados em poderem, a partir de agora, com a votação
unânime que este Projeto irá ter, prestar esta homenagem póstuma ao Dr. Ruy Félix
Teixeira, e, ao fazê-lo, tributar justiça a quem disso se fez merecedor, dando
exemplo a toda a Cidade de Porto Alegre, no sentido de que, aqui nós não
perdemos a oportunidade de evidenciar, gisar, salientar e reconhecer aqueles
valores que realmente merecem o reconhecimento da comunidade.
Se
nós somos a totalidade da comunidade porto-alegrense aqui representada nas suas
mais diversas correntes políticas, nada mais correto, justo e adequado que, em
conjunto, pelo nosso voto, façamos, com justiça, esta homenagem que o Projeto
de Lei do Ver. Nereu D’Ávila nos propicia na tarde de hoje.
Era
isso Sr. Presidente, com o nosso irrestrito e solidário apoio e com a
subscrição de toda aquela adjetivação que V. Exa., no encaminhamento da
votação, com muita propriedade, como autor, o fez adequadamente. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Obrigado, Ver. Reginaldo Pujol. O Ver.
Elói Guimarães está com a palavra.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, esposa
e familiares do homenageado, Dr. Ruy Félix Teixeira. Eu acho que as pessoas que
estão hoje aqui participando, Ver. Nereu D’Ávila, entenderam a natureza da
Casa. Embora ela tenha o seu Regimento, muitas vezes, o debate das questões
levam a imprevisões. Por isso, algumas vezes, o que estava previsto para se
realizar numa determinada hora não pôde assim ser cumprido. De qualquer forma,
a homenagem está sendo feita. Eu diria à esposa e demais familiares do Dr. Ruy,
que prestou serviços como funcionário de banco e que, depois de aposentado,
prestou relevantes serviços ao Lions - Passo D’Areia, que a melhor homenagem
que se pode fazer a uma pessoa dessa envergadura, desse quilate é perpetuá-la
na geografia da Cidade, dando seu nome a um logradouro.
Então,
Ver. Nereu D’Ávila, quando se consigna, eu diria até, para a eternidade, o nome
de uma pessoa à geografia da Cidade, à própria estruturação da Cidade,
presta-se, efetivamente, uma grande homenagem.
Por
isso nós, em nome do Partido Trabalhista Brasileiro, queremos consignar os nossos
cumprimentos aos familiares e a V. Exa. também, Ver. Nereu, por ter feito a
justiça de conferir a um logradouro público o nome do Dr. Ruy.
Quando
colocarmos a placa - V. Exa. haverá de fazer um ato naquele local - estaremos
lá também para os cumprimentos que são da prática e da natureza desses atos.
A
família, os amigos que aqui estiveram toda a tarde recebam a nossa homenagem, a
nossa saudação e a justiça da homenagem que ora se faz. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação o PLL nº 163/99. Os Vereadores
que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Questão de
Ordem): Vejo que o nosso
painel, neste momento, está marcando a presença de 33 vereadores na Ordem do
Dia, ao mesmo tempo sabemos que vários Vereadores estão em representação
externa da Casa, a Vera Clênia Maranhão, Ver. Juarez Pinheiro. Estamos
começando a inverter a questão. O painel tem que refletir a realidade deste
momento na Sessão. E neste momento não temos 33 Vereadores presentes, pois
temos dois em representação, pelo menos. Fica difícil para controlar presença,
controlar votação.
Quero
pedir que na reunião da Mesa Diretora se possa discutir, objetivamente, porque
não podemos inverter o Regimento e a ordem dos trabalhos em nome da tecnologia.
Isso é um absurdo. A tecnologia tem que estar a serviço da Casa. Neste momento
nós estamos a serviço da tecnologia, porque o que temos no painel é falso, não
corresponde à realidade da Casa. Isso, em algum projeto polêmico, de disputa de
um voto a mais ou a menos, que pode ser decisivo, vai acabar nos causando um
problema sério. Então, quero me antecipar e pedir que na reunião de Mesa se
possa ter um encaminhamento, porque isso que consta no painel não é a realidade
do Plenário no momento.
O SR. PRESIDENTE: Está aceito, Ver. Antonio Hohlfeldt,
estará na pauta. Sem dúvida, discutiremos para trazer uma definição para esta
questão. A votação será nominal.
(discussão:
todos os Vereadores/05 minutos/com aparte;
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC.
2795/99 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 026/99, que declara de utilidade pública a
Associação Comunitária Barro Vermelho.
Parecer:
- da CCJ. Relator Ver. Guilherme
Barbosa: pela aprovação do Projeto.
Observação:
-
incluído na Ordem do Dia por força do Art. 81 da LOM.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLE nº 026/99. (Pausa.)
Em votação. Com a palavra, o Ver. Reginaldo Pujol para encaminhar.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, até me
surpreende algumas reclamações de que, em um assunto de uma entidade que eu vi
nascer - Associação dos Moradores do Barro Vermelho -, que está sendo declarada
de utilidade pública, eu venha à tribuna.
Para mim, a Associação é uma entidade qualificada,
que tem realizado uma grande tarefa, que é um bom exemplo de entidade
comunitária, e eu me sinto feliz em poder me regozijar com esse fato. E dizer
que essa iniciativa do Prefeito Municipal, que mereceu a minha chancela na
Comissão de Justiça, onde inclusive fui o autor do Parecer, me dá quase que uma
imposição para comparecer na tribuna para festejar esta circunstância, como
vários outros vereadores, com relação a outras entidades, assim o fazem e o
fazem muito bem. Nada de surpresa nesse particular.
O
Ver. Guilherme Barbosa me sussurra um aparte anti-regimental, que eu não
consigo captá-lo, mas certamente será inteligente, já que se trata de um
competente Líder do Partido do Trabalhadores, que também apóia essa proposição,
e provavelmente quer que eu diga que ele e o Ver. João Dib também se regozijam
junto comigo com esta proposição.
Tudo
isso prova que a matéria, ainda que de origem do Executivo, passou pelo crivo
da Câmara Municipal, que olhou todos os aspectos, tudo que diz respeito a sua
legalidade e chegou à conclusão de que o Projeto tinha amplas condições de ser
aqui votado. E agora vai ser votado com o nosso apoio, com o nosso aplauso e,
sobretudo, com a nossa satisfação. Tinha que dizer isso e o fiz de coração.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação nominal o PLE nº 026/99. (Após
a apuração nominal.) APROVADO por 22
votos SIM.
(discussão: todos os Vereadores/05
minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
2848/99 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 155/99, de autoria do Ver. Nereu D’Ávila, que dispõe sobre limite de
territorialidade para instalação e exploração da atividade de bingo permanente
prevista na Lei Federal nº 9615/98. Urgência.
Parecer Conjunto:
-
da CCJ, CEFOR, CUTHAB e CEDECONDH. Relator-Geral
Ver. Reginaldo Pujol: pela aprovação do Projeto.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 155/99, de autoria
do Ver. Nereu D’Ávila. Em votação. O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra
para encaminhar.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu
tentei manusear o Projeto, que ainda não foi localizado, mas eu tenho bem
presente do que se trata esta matéria, porque fui o Relator-Geral no exame
conjunto que as Comissões fizeram acerca da matéria.
O
Ver. Nereu D’Ávila, com muita propriedade, busca regulamentar na Cidade de
Porto Alegre o limite da territorialidade para a instalação e exploração da
atividade de bingo permanente prevista na Lei Federal nº 9.615/98.
Evidentemente,
Sr. Presidente, que a simples leitura já nos induz a um fato. Nós temos uma Lei
Federal que transformou essa atividade numa atividade legal, regulamentada e
permite a sua instalação em todo o território brasileiro. Mas existe uma
situação que diz respeito ao peculiar interesse do Município. Como vão
funcionar essas instituições, porque todos os bingos têm que ter uma sociedade
esportiva que lhe permita a concessão da autorização federal para a instalação?
Como vão funcionar nos limites do Município, sem nenhuma regulamentação, aonde
bem entendem?
O
Ver. Nereu D’Ávila, com muita perspicácia, levantou essa situação, lembrou,
inclusive, na Exposição de Motivos, que, hoje, já existe, só no perímetro
central de Porto Alegre, cerca de 12 bingos, já instalados: na Rua dos
Andradas, dois; na Siqueira Campos, outros dois; na 7 de Setembro, na Marechal
Floriano, na Praça XV, na José Montauri, na Júlio de Castilhos e na Rua da
Conceição. Então, o que propõe o Vereador, diante desta realidade que, hoje, já
está perfeitamente caracterizada? Propõe o limite de que trata o artigo
anterior, o distanciamento entre uma e outra atividade licenciada, da
exploração da atividade de bingo permanente, fique distante mil metros lineares
da outra instituição, respeitado o estabelecimento de bingo permanente em
atividade na data da publicação desta lei. Eles já adquiriram o direito de
estarem estabelecidos. Projeto que o Ver. Pedro Américo Leal, que me honra com
a sua atenção, definiria como simples e objetivo, do real interesse público.
Por
isso, Vereador, não tive a menor dificuldade em oferecer parecer favorável
quando esta tarefa me foi cometida, analisando, inclusive, fundamentalmente,
sob o aspecto jurídico ao assinalar que a Constituição Federal dispõe que
“compete aos Municípios promover o adequado ordenamento territorial, mediante
planejamento de uso do parcelamento e da ocupação do solo”. A Lei Orgânica do
Município de Porto Alegre também estabelece normas convenientes à organização
do seu território, assunto em discussão neste Legislativo, que tem por objetivo
evitar a expansão desordenada na área Central, impondo limitações urbanísticas,
conforme estabelece o Projeto de Revitalização do Centro de Porto Alegre e o
Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental, ora em pauta nesta Casa
Legislativa.
Por
isso, com a maior tranqüilidade, discuto a matéria, antecipo, é óbvio, o meu
voto favorável e cumprimento o Ver. Nereu D’Ávila, que hoje tomou conta da
Ordem do Dia, os projetos são todos de sua autoria. Acabamos de fazer uma bela
homenagem a uma figura de destaque da sociedade porto-alegrense, que não está
mais conosco. Agora, estamos regrando uma matéria que, certamente, vai tramitar
tranqüila no Executivo, até mesmo pela força da caneta de quem a propôs e irá
regulamentar, de forma objetiva, clara e precisa uma situação que, se não for
regulamentada, vai gerar confusões a curto prazo, já desenhadas no horizonte
com o anúncio de instalação, sem terem esse cuidado do afastamento adequado de
outros tantos bingos permanentes na Cidade de Porto Alegre. Seu Projeto é bom.
É mais do que bom, é ótimo, e tem o nosso apoio. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Gilberto Batista está com a
palavra para encaminhar.
O SR. GILBERTO BATISTA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, serei
objetivo e rápido no meu encaminhamento. Quero cumprimentar o Ver. Nereu
D’Ávila por sua iniciativa em fazer um regramento na área central da nossa
Cidade ou aquelas que vão limitar em mil metros lineares, respeitando os estabelecimentos
de bingos já permanentes nessas regiões, e regrar esse tipo de lazer que tanto
vemos na Cidade de Porto Alegre.
Quero
parabenizar, mais uma vez, por esse importante Projeto, já tendo guarida na
Constituição Federal e na Lei Orgânica do Município.
Acredito
que a Bancada do PTB será favorável a esse Projeto que será aprovado, sem
dúvida, por esta Câmara. Parabéns, Presidente Nereu. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Pedro Américo Leal está com a
palavra para encaminhar.
O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, quando o
jogo, neste País, é oficializado e é tutelado pelo próprio Governo Federal, é
justo que o Ver. Nereu D’Ávila se preocupe em disciplinar, no Município de
Porto Alegre, essa prática do bingo que ele, em boa hora, viu. E eu até o
invejo, porque ele teve a visão da oportunidade, o que é muito difícil de o
indivíduo ter, e regulamentou as distâncias dos edifícios, das casas que
pudessem ser motivo de busca para a colocação de bingos, que não se
aglomerassem e que ficassem distanciadas adequadamente.
Nada
há mais a dizer, porque V. Exa. colocou o ponto nos “ii”. Foi muito oportuna a
visão de V. Exa., e me congratulo com a oportunidade que teve em regulamentar
essa matéria. Não podiam ficar os bingos a qualquer talante, jogados por aí,
contíguos, aglomerados, dando uma noção de indisciplina, quando é preciso que
os Vereadores, pelo menos, se preocupem com isso. Eu lhe dou os parabéns e digo
que penso que foi uma grande e boa idéia. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a
palavra para encaminhar.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, esse
Projeto de autoria do Ver. Nereu D’Ávila vem em boa hora tentar regulamentar
algo que, pela sobreposição dos locais, estaria em condições irregulares. A Lei
Federal é clara: “A distância entre um bingo e outro não pode ser inferior a
mil metros”. Gostaria de esclarecer que, hoje, grande parte dos bingos
existentes em nossa Cidade e em nosso Estado é oriunda das federações
esportivas, revertendo dinheiro para o esporte.
Para
V. Exas. terem uma idéia, hoje, por exemplo, a Federação Rio-Grandense de
Ginástica trouxe, para o Grêmio Náutico União, a melhor atleta de ginástica, através
da possibilidade do bingo. São situações que, cada vez mais, o desporto está
proporcionado. Mas, ao mesmo tempo, temos de ter cuidado. Estou propondo, nesta
Casa, uma Moção de Apoio à atitude do Professor Manoel Gomes Tubino que
denunciou a máfia do bingo em território brasileiro, e está lá, em discussão, o
processo, que, inclusive, diz da relação com o narcotráfico.
Agora,
esse Projeto vem em boa hora para tentar regulamentar, assegurar os que já
existem. E volto a dizer: grande parte dos bingos existentes em nossa Cidade e
em nosso Estado estão ligados às federações esportivas e grande parte do
dinheiro arrecadado nesse bingo é destinado ao desporto, que está-se tornando,
cada vez mais, um desporto de qualidade. Podemos dizer que hoje, o desporto do
Rio Grande do Sul, que tem-se destacado em nível nacional e internacional, deve
muito a esse dinheiro arrecadado nos bingos.
Portanto, a Bancada do PSB é favorável ao Projeto do Ver. Nereu D’Ávila. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação o PLL nº 155/99. Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.
O
Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para um Requerimento.
O SR. ISAAC AINHORN (Requerimento): Sr. Presidente, solicito a V. Exa. a
antecipação da votação do Requerimento no qual é solicitado urgência para o
Projeto do sistema funerário da Cidade de Porto Alegre, eis que as pessoas
estão aqui a tarde inteira aguardando a votação desse Requerimento.
O SR. PRESIDENTE (Nereu D’Ávila): Quero fazer um apelo pessoal ao nobre
Líder do PDT, meu amigo Ver. Isaac Ainhorn para que, antes de votarmos o
Requerimento de sua autoria, votemos o PLE nº 040/99, porque, assim como uma
família idosa esperou três horas, acho que os nossos amigos podem esperar mais
um pouquinho, porque esse Projeto que autoriza a abertura de créditos
adicionais na Administração Centralizada e, que inclui verbas para esta Casa,
tem urgência-urgentíssima, porque trata de verba para pagamento de pessoal.
Havia
um acordo, Ver. Isaac Ainhorn, desde as duas horas da tarde, e V. Exa. não
estava presente naquele momento. O Ver. João Dib defendeu que fosse feita
primeiro a discussão da Pauta Especial. Nós humildemente aceitamos e, aí,
transcorreram três horas de Sessão para chegarmos a um acordo. Agora,
novamente, mudar as regras de jogo, acho que fica uma situação que desborda do
bom senso. Não sou contrário ao Requerimento de V. Exa., mas é que existem
matérias que por consenso do Executivo e do Legislativo - como este Projeto -,
têm absoluta prioridade sobre as demais matérias. Não se trata de questão
eleitoral. Então, solicitamos que o Projeto de Lei do Executivo nº 040/99 seja
votado antes do Requerimento de V. Exa.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, retiro a minha solicitação
e atendo a seu pedido para que, em primeiro lugar, votemos o Projeto que V.
Exa. indica e, logo após, o Requerimento.
O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento do Ver. Isaac
Ainhorn. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como estão.
(Pausa.) APROVADO.
(discussão: todos os Vereadores/05
minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
3298/99 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 040/99, que autoriza a abertura de créditos adicionais
na Administração Centralizada, nos Departamentos Municipais de Limpeza Urbana e
Habitação, no valor de R$ 12.453.689,00, e dá outras providências. Urgência.
Parecer Conjunto:
- da CCJ, CEFOR, CUTHAB, CECE e COSMAM. Relator-Geral Ver. Adeli Sell: pela aprovação do
Projeto.
Observação:
- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta
dos membros da CMPA – art. 122, III, da LOM.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLE nº 040/99. O Ver. João
Dib está com a palavra para discutir.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o
Vereador que fala em suscetibilidade, que não se deve ser tão susceptível, de
repente batem tanto que ele seria capaz de se sentir susceptível.
Mas
o Ver. João Dib continua insusceptível. Não se preocupa com o que diz o Presidente
da Casa.
O
Ver. João Dib chegou aqui à 13h10min - encontrou a Vera Maristela Maffei - para
inscrever-se na discussão da Pauta Especial. O Presidente está bravo porque o
Ver. João Dib fez isso. Mas o Ver. João Dib é insusceptível, não está preocupado.
Mas
vejam V. Exas. como estava certo o Ver. João Dib em querer discutir a Pauta
Especial. O que é a Pauta Especial se não a discussão dos Orçamentos? E como se
faz a discussão dos Orçamentos? O Orçamento da Administração Centralizada, o
Orçamento da Administração do Departamento Municipal de Limpeza Urbana, o
Orçamento do Departamento Municipal de Água e Esgoto, o Orçamento do
Departamento Municipal de Habitação e o Orçamento da FESC.
Então,
se assim se faz a discussão dos Orçamentos, não tenho culpa se a Prefeitura e a
Câmara têm algum problema de suplementação. Eu não tenho pressa. O Legislativo
precisa de suplementação. Eu preciso que as coisas sejam colocadas devidamente.
Quando este Projeto entrou aqui eu disse que pediria urgência e até me ofereci
para relatá-lo. Foi dito que eu seria o relator, mas o nobre e eficiente Ver.
Adeli Sell já tinha o Relatório pronto e que, na verdade, não diz nada. Eu
aprovei, sim, mas coloquei com restrições. Por que fiz com restrições? Porque
não houve uma análise do que aqui ocorre. Se na Pauta Especial nós votamos
orçamento por orçamento, como é que, na suplementação, eu misturo tudo? Aqui há
suplementação para Câmara Municipal, para a Administração Centralizada, para o
Departamento Municipal de Limpeza Pública e para o Departamento Municipal de
Habitação.
Tudo
aquilo que nós diariamente disputamos lugar para discutir, a Pauta Especial,
não se faz presente neste crédito adicional que pretende a Administração
Centralizada. Como a Câmara precisa suplementar, então esquecemos tudo. Não é
que seja um crime colocar aqui, não é. Eu só fiz restrições, não votei
contrariamente, mas era preciso analisar de onde vieram os recursos que aqui
estão, se a Prefeitura apresenta orçamentos deficitários, de que não vai haver
déficit, depois termina havendo superávit. Como se constituíram os créditos que
aqui estão? Eu acho que é preciso ter suscetibilidade para buscar a solução
para os números que aqui estão. Os números estão sem nenhuma informação mais
segura, sem que nenhum desses 33 Vereadores seja capaz de dizer por que eles
estão aqui. Onde está o excesso de arrecadação? Onde está o excesso de
arrecadação do Departamento de Limpeza Urbana? A informação do Sr. Prefeito,
assinada por ele, é de que são 115 milhões de IPTU; ele diz que vai arrecadar
70, faltam 45. Ele diz que são 25 milhões de taxa de lixo e assina que vai
arrecadar 36 milhões. Onde estão os 11 milhões? Por que não foi feita uma
análise?
É
preciso ter suscetibilidade, buscar informação e não criticar o Vereador que quer
que as coisas sejam feitas. Eu estou cansando, de repente, de ser criticado.
Na
sexta-feira, promovi uma solenidade, e foi dito que eu não tinha promovido a
solenidade. Nesta Casa, o primeiro Vereador a assinar o documento é o autor do
documento. Foi dito com todas as letras que, por uma questão de justiça, não
foi o Ver. João Dib que propôs.
Ora,
de repente, é preciso ter um pouco de suscetibilidade, e eu, de repente,
resolvi tê-la. Saúde e paz. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação a prorrogação da Sessão.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Com
a palavra o Ver. Reginaldo Pujol para discutir o PLE nº 40/99.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, não se
trata de suscetibilidade, nossa vinda à tribuna, Ver. Isaac Ainhorn, decorre de
uma razão objetiva. Essa matéria não foi analisada pelas Comissões
isoladamente, ela foi analisada pelas Comissões em conjunto, conforme será o
Projeto de Lei que nós vamos examinar, aqui, dentro em breve. Quando me foi
levado o Parecer eu não tive dúvida em escrever, na Comissão de Constituição e
Justiça, a minha restrição quanto ao mérito, e não quanto à legalidade da
proposição do Sr. Prefeito, porque, no meu entendimento, é legal, é regimental
que seja buscada autorização legislativa, e até é necessário que tenha
autorização legislativa para que se coloque a suplementação de recursos para a
Câmara Municipal, na ordem de mais de 3 milhões de reais, não chega a 4
milhões; para a Secretaria Municipal de Educação, na ordem de mais de 2 milhões
de reais; para a Secretaria Municipal de Saúde, em torno de outros 2 milhões; o
total de suplementações na ordem de 8 milhões, 156 mil reais E mais, ainda,
para o Departamento Municipal de Limpeza Urbana, na ordem de 53 mil e 600
reais. E, finalmente, para o Departamento de Habitação um total de 550 mil
reais; mais ainda, para encargos gerais do Município, vale-transporte, na ordem
de 390 mil reais.
Sr. Presidente, eu tenho votado contra os Orçamentos que são colocados à discussão na Casa. Nos últimos três anos votei sempre contra, as pessoas não entendem o meu voto e eu não entendo o Orçamento. Hoje, o Ver. João Dib passou-me algumas anotações que demonstram que, especialmente nos recursos transferidos para o Município, a possibilidade de superação da receita é absolutamente tranqüila. O Município vai ter receita superior a que ele orçou. Eu tenho dito, ano após anos, que está mal orçada a receita do Município e um Orçamento que vem mal orçado, porque o Orçamento, Ver. João Bosco, é uma lei que orça a receita e fixa a despesa. Se orça mal a receita, ele vai fixar mal a despesa. Não adianta se passou pelo Orçamento Participativo, pelo Fórum Democrático, se ele é tecnicamente malfeito, ele vai ter problemas futuros.
Eu
já dizia, no ano passado, quando nós votávamos o último Orçamento do Município,
que seguramente, nesta época, nós estaríamos debruçados em suplementação. Ano
após anos, há essa suplementação.
Isso,
Ver. Isaac Ainhorn, fica parecendo, depois, que o Município faz grande
homenagem para nós, aqui, na Câmara, ao suplementar 3 ou 4 milhões de reais
quando, em verdade, se tivesse orçado adequadamente, desde o início, a verba da
Câmara seria superior e não essa que é constante do Orçamento. Nós também
ficamos dependentes! Nós também ficamos dependentes, para o nosso regular
funcionamento, da existência dessas suplementações. Isso é um jogo, é uma
técnica de manipular os recursos do Município, Ver. Guilherme Barbosa, que não
pode mais passar despercebido, aqui, na Casa.
Agora,
é evidente, que nós vamos falar sobre o assunto e depois vamos votar a favor.
Nem eu posso votar contra. Como é que eu vou votar contra a que a Câmara seja
realimentada para que possa cumprir as suas mínimas atividades e funcionar
regularmente até o fim do ano? Não posso! Posso votar contra a atividade do
Departamento Municipal de Limpeza Urbana, que ano após anos vem pedir
suplementação aqui nesta Casa? O Ver. Isaac Ainhorn se lembra disso e o Ver.
Paulo Brum muito mais.
Então,
Sr. Presidente, gostaria que a Casa, que vai votar o Orçamento do Município,
atentasse para a subestimação da receita nele contido, o que o inviabiliza como
peça orçamentária real, efetiva que possa merecer de nós uma aprovação como tem
ocorrido nos anos anteriores, que a Casa, na sua maioria, aprova essa
proposição. Eu pessoalmente, muito provavelmente, reincida na posição de não
aprovar esses Orçamentos que são irreais, são mal preparados, mal elaborados,
escondem a verdade e ensejam situações como essas, que nós estamos suplementado
num dia só, praticamente 10% do Orçamento do Município. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. GILBERTO BATISTA (Requerimento): Sr. Presidente, faço um requerimento,
pelo adiantado da hora, porque estou-me retirando do Plenário por motivo de
doença na família. Solicito que o Projeto de Resolução nº 034/99, possa seguir
a sua rotina normal.
O SR. PRESIDENTE: Nós deferimos, de plano, o Requerimento,
porque sendo de autoria de V. Exa. não há prejuízo nenhum.
Não
havendo mais quem queira discutir o PLE nº 040/99, em votação. O Ver. João Dib
está com a palavra para encaminhar.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
deixando de lado a suscetibilidade, eu faria uma pergunta: quem, no Plenário,
sabe o que é o parágrafo terceiro do artigo nº 43 da Lei Federal nº 4320 de 17
de março de 1964? Já vi que o Ver. Guilherme Barbosa sabe, o Ver. Isaac Ainhorn
diz que sabe. O Ver. Guilherme Barbosa tem obrigação de saber porque a Lei 4320
é a Lei que diz como funcionam os Orçamentos, como se movimenta o Orçamento.
Como ele já foi Diretor-Geral tem obrigação de utilizá-lo.
Mas
eu não estou duvidando que os outros trinta e um Vereadores também saibam o que
seja. Eu já havia dito que deveria ser uma Lei para Limpeza Pública, uma Lei
para o DEMHAB, outra para a Administração Centralizada e para o Legislativo.
Deveria ser assim, não poderia ser diferente. Mas como na Prefeitura tudo vale,
eu aceito.
Eu
já disse que não vou votar contrariamente, até porque é difícil de entender os
números da Prefeitura que são muito escamoteados.
Vejam
aqui: abre créditos, como já disse, para dois Departamentos, na Administração
Centralizada e na Câmara Municipal. Servirão de recurso para cobertura dos
créditos suplementares da Administração Centralizada, autorizados pelo artigo
1º dessa Lei, os seguintes: encargos gerais do Município, reduz 390 mil reais,
está correto, não tem problema, nós mesmos aprovamos. Recursos apurados no
parágrafo II do artigo 43 da Lei Federal 4320/71 no valor máximo de 8 milhões,
126 mil reais, bem, aí eu já tenho dúvidas. Mais adiante, também, fala na
apuração de recursos, da mesma forma, para o Departamento de Limpeza Urbana que
a outra metade é transferida com o recurso do Município, também é certa a arrecadação.
Por
que a minha dúvida e por que eu dizia que não houve uma análise profunda do que
aqui está proposto? Eu tenho, aqui, uma aprovação de contas da Prefeitura
Municipal, feita no Tribunal de Contas, sendo que uma delas alertando para um
fato: entre as sérias irregularidades apontadas pela mencionada supervisão de
contas, transformadas em advertências para evitar a sua recorrência, ressalta o
uso como suporte para suplementações de recursos de excesso de arrecadação - aí
vem a Lei 4320/71 - que não foi efetivada, gerando 58 milhões e 200 mil reais
em créditos a descobertos no exercício em exame.
Então,
esse processo não foi analisado pela premência, pela necessidade e pela
urgência que o Legislativo tinha pelos recursos encaminhados, houve essa pressa
toda. Esse Projeto entrou na segunda-feira, teve convocação extraordinária, foi
uma confusão total. E hoje, quando pedi que as questões tramitassem na forma
normal e mais simples, ou seja, fez-se a Pauta Especial, deixa-se de fazer a
Pauta normal, deixa-se de fazer as Comunicações, alguns ficaram brabos comigo.
Mas até o Ver. Luiz Braz, gentilmente, retirou seu Requerimento e depois
esqueceram que havia pressa, usaram todas as comunicações de Lideranças, todas
as confusões e eu fiquei ouvindo tudo com muita calma sem que nada ferisse
suscetibilidades.
Então,
é importante que o momento mais sério é o de fiscalizar a receita e a despesa
do Executivo. Nós estamos apenas cedendo com tranqüilidade, até porque nós não
temos razões e nem condições de saber o fluxo de caixa do Município, não
sabemos nada disso, mas a Câmara está precisando, porque tem que pagar os seus
servidores, é verdade. A Câmara está precisando porque tem que pagar o seu
material de consumo, é verdade, mas a pressa não se justifica, nós poderíamos
ter feito uma análise e eu havia-me proposto a fazer essa análise que hoje não
dá mais tempo. Saúde e paz!
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Jocelin Azambuja está com a
palavra para encaminhar.
O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
realmente, nos preocupa bastante Projeto de tamanha envergadura ser votado com
tanta rapidez. Isso, Sr. Presidente e Srs. Vereadores é uma preocupação
constante nesta Casa, verificar-se que esse superávit de arrecadação,
maravilhoso, como disse o Ver. João Dib, em torno de 10%. Significa que os
impostos estão sendo arrecadados de forma positiva, vorazmente, como sempre é
colocado, e eu vejo nessa fobia de impostos que geram os superávit, no ano
passado aqui foi aprovado licença-ambiental, impostos, taxas, tudo isso fazendo
com que, cada vez mais, a arrecadação do Município aumente e gere superávit de
tamanha envergadura, vendo que no mês de outubro estamos votando um superávit
dessa natureza.
Então,
isso significa. que, realmente, há uma condição de arrecadação esplêndida por
parte do Município de Porto Alegre, apesar de toda a conjuntura que sempre é
alarmada pelo Governo, dizendo que a situação é extremamente negativa, que tudo
é ruim, parece que, em termos de arrecadação, tudo é bom e positivo.
Agora,
se pegarmos uma verba dessa natureza e colocarmos no DMLU, que tem-nos deixado
tanto a desejar em termos de prestação de serviços, tem deixado tanta
preocupação à população de Porto Alegre com as suas obras, agora, com todos
esses questionamentos da Extrema, no Lami, sobre a péssima obra lá realizada,
que já está evidenciado e comprovado, nos preocupa essa destinação de verba,
porque o DMLU não está prestando o serviço que deveria prestar à população de
Porto Alegre.
Realmente,
deixa muito a desejar e nós precisamos aprofundar essa questão para que os
nossos munícipes tenham preservada, logicamente, a sua condição de
contribuintes com serviços que lhe dêem retorno de fato.
Então,
nós precisamos analisar toda essa conjuntura, esses projetos de suplementação
têm que ser melhor analisados, têm que passar pelas Comissões, especialmente
pela Comissão de Finanças e Orçamentos da Casa, para um exame. E isso feito
apressadamente, realmente, preocupa.
Eu
estou aqui, em nome do PTB, mas sei que há liberdade da Bancada, neste momento,
para votar a posição em relação a essa suplementação. Mas, por um dever de
consciência, eu vou me abster. Esta é a minha posição pessoal.
O
meu Líder, Ver. Luiz Braz e os demais Vereadores... Eu nunca gostei de votar
nada de afogadilho.
Esta
é uma posição que eu tenho. Sempre exerci aqui na Câmara, desde 1993, não gosto
de votar nada de afogadilho, principalmente, coisas que são tão importantes
como essa que prevê a suplementação de verbas.
Então,
Sr. Vereadores, queria fazer esta reflexão para podermos aprimorar o processo
legislativo, de tramitação de toda essa arrecadação, de hoje em Porto Alegre,
que provoca tantas queixas. Mas o Município de Porto Alegre continua bem,
apesar de continuar pagando mal os seus funcionários, apesar de não transmitir
os serviços como deveria.
Anteriormente
eu via o pessoal se queixar sobre verbas na área da Educação, mas se eles não
têm alunos, como é que vão ter dinheiro? Não adianta se queixarem do FUNDEF, a
queixa deveria ser por que não têm mais alunos, por que não há mais escolas,
por que não investem melhor nas áreas que são fundamentais para a Cidade.
Eu
quero deixar registrada a minha posição e agradeço ao Sr. Presidente e aos Srs.
Vereadores pela atenção. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Guilherme Barbosa está com a
palavra para encaminhar.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, as
pessoas que não têm um contato maior com o processo orçamentário podem, a
partir de algumas intervenções, ficarem muito preocupadas, pensando: “Mas,
afinal, o que está acontecendo?”
Quando
se fala em excesso de arrecadação, está-se usando uma expressão técnica que não
significa que se está arrecadando em excesso. Está-se arrecadando mais do que
era a expectativa de arrecadação que o Orçamento realizado no ano anterior
previa. Por exemplo: este Orçamento foi montado em julho, veio para a Câmara em
setembro, e nós estamos no dia 20 de outubro, portanto, quase no fim do ano.
Nós estamos trabalhando com uma suplementação de 12 milhões. Um terço dos 12
milhões vem de deslocamentos de outras rubricas - está aqui colocado. Sobram,
portanto, em números redondos, 8 milhões. Isso significa um pouco mais do que
1%, Srs. Vereadores, do que o Orçamento deste ano, sem reajuste, 1% daquilo que
foi trabalhado no ano passado. E qual será a inflação deste ano? Entre 6 e 8%,
é o que se espera.
Portanto,
Srs. Vereadores, a coisa é claríssima, é tranqüila. É muito claro, Ver. João
Dib, V. Exa. que talvez “suje a água” para nos criticar - uso essa expressão no
bom aspecto de confundir um pouco a oposição. Mas isso é muito claro. E onde
vão ser colocados os recursos? Na Secretaria Municipal de Educação, no valor de
4 mil e 800 reais, onde destaca-se o pagamento de energia elétrica que sofreu
um grande reajuste, telefone, vale-transporte, aumento dos custos devido à
informatização. A Secretaria de Educação implantou neste exercício a
informatização da rede escolar com instalação de salas de informática para os
alunos. Para isto adquiriu 369 microcomputadores, neste ano, para as nossas
escolas. Portanto, precisa de suplementação.
É
uma questão muito clara, Srs. Vereadores, uma parte para a Câmara Municipal,
que precisa pagar vários outros gastos à semelhança desses.
É
uma questão clara, tranqüila o que está-se pedindo aqui, envolve cerca de 1% do
Orçamento deste ano, que trabalhamos no ano passado. A inflação deste ano que
corrige alguns impostos será entre 6 e 8%.
Portanto,
estão claros os locais onde será empregado o dinheiro, que é importante para
que possamos manter a qualidade dos serviços na nossa Cidade, além de ser
importante para o funcionamento da Casa que, como sabemos, é uma Câmara, no
geral, “enxuta”, sem maiores problemas e que precisa manter o seu bom trabalho.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação nominal o PLE nº 040/99. (Após
apuração nominal.) APROVADO por 21
votos SIM e 01 ABSTENÇÃO.
Em
votação o Requerimento de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, para que seja
considerado em regime de urgência e submetido à reunião conjunta de Comissões
Permanentes, o PLE nº 024/99, Proc. nº 2701/99. Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
O SR. REGINALDO PUJOL (Esclarecimento): Eu quero informar a V. Exa. que, de
acordo com sua orientação, havíamos acertado com a Comissão de Constituição e
Justiça, com seu Presidente, o trabalho final de elaboração da redação final do
Plano Diretor. Estamos entregando ao Ver. Elói Guimarães toda a matéria
devidamente sumulada, e ele terá a oportunidade de receber amanhã, por parte da
Diretoria Legislativa, mais algumas informações suplementares, os mapas que
foram objeto de alteração e tudo o mais que se faz necessário para que a
Comissão de Justiça possa cumprir fielmente o trabalho, o que certamente ela
fará em tempo hábil.
O
SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr.
Presidente, em conformidade com a colocação do Ver. Reginaldo Pujol, estamos
recebendo o material e vamos levá-lo à Comissão de Constituição e Justiça,
terça-feira, por uma questão meramente formal e, a partir de terça-feira,
devolvê-lo-emos a V. Exa. para que venha ao Plenário. Muito obrigado.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os Vereadores/05
minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
2924/99 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 051/99, de autoria do Ver. Nereu D’Ávila, que concede o prêmio
literário Érico Veríssimo à jornalista Martha Mattos de Medeiros. Urgência.
Parecer
Conjunto:
- da CCJ e CECE.
Relator- Geral Ver. Cláudio Sebenelo: pela aprovação do Projeto.
O SR. PRESIDENTE: O PR nº 051/99 não requer maioria
absoluta. Como este Projeto é de autoria deste Vereador, peço ao Ver. Adeli
Sell que presida os trabalhos para a votação.
(O
Ver. Adeli Sell assume a Presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Em discussão o PR nº 051/99, de autoria do Ver. Nereu D’Ávila. (Pausa.) Em
votação (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.)
APROVADO por unanimidade.
Não
mais havendo quórum, estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 19h06min.)
* * * * *